Estudo Bíblico Os Tipos de Redenção
Gên. 4:1-8; 22:1-19; Num. 21:4-9; João 3:14-15
Um dos problemas gerados pelo moderno estudo crítico das Escrituras é que o ensino da salvação que os cristãos aceitam com base no Novo Testamento não é tão claro nas passagens consideradas pelos cristãos como prenúncio da história de Jesus e Sua cruz.
Questões e Temas para Discussão:
Caim e Abel (Gênesis 4:1-8): Pecado e salvação são temas morais ou rituais? A história de Caim e Abel tem sido frequentemente usada pelos cristãos para apioar a idéia que sacrifício animal e derramamento de sangue são fundamentais no assunto de salvação. Mas o sacrifício de Caim não foi aceitável por falha no ritual (sacrifício animal versus oferta de vegetais), ou por causa da profunda falha na atitude e moral? O que significa a gradação de sacrifícios de Leviticos 5 em que era permitido ao pobre trazer farinha de cereais em vez de sacrifício de animal como oferta por seus pecados? Quando Hebreus 9:22 declara que "sem derramamento de sangue não há remissão de pecados", deve ter sido uma regra geral à luz do sacrifício de Cristo, mais do que uma regra absoluta aplicada a todos os tempos e lugares? O que dizer quanto à salvação daqueles pagãos que nunca ouviram o nome de Cristo, mas têm "seguido Seus princípios"? Observe como essas palavras foram usadas no seguinte texto de Ellen White, baseado na interpretação da cena do julgamento de Mateus 25 acrescentando palavras e idéias encontradas em Romanos 2:12-16:
Aqueles que Cristo louva no Juízo, talvez tenham conhecido pouco de teologia, mas nutriram seus princípios. Mediante a influência do Divino Espírito, foram uma benção para os que os cercavam. Mesmo entre os gentios existem pessoas que têm cultivado o espírito de bondade; antes de lhes haverem caído aos ouvidos as palavras de vida, acolheram com simpatia os missionários, servindo-os mesmo com perigo da própria vida. Há, entre os gentios, almas que servem a Deus ignorantemente, a quem a luz nunca foi levada por instrumentos humanos; todavia não perecerão. Conquanto ignorantes da lei escrita de Deus, ouviram Sua voz a falar-lhes por meio da Natureza, e fizeram aquilo que a lei requeria. Suas obras testificam que o Espírito Santo lhes tocou o coração, e são reconhecidos como filhos de Deus. - O Desejado de Todas as Nações, página 614 (ênfases acrescentados)
Abraão e Isaque (Gênesis 22): Existe conflito entre a ordem de Deus para sacrificar Isaque e a lei moral? A história de Abraão e Isaque no monte Moriá nos dá um poderoso vislumbre do sacrifício de Deus pela humanidade. Na realidade, Deus disse a Abraão no último instante que ele não precisava sacrificar seu filho: Deus providenciou o sacrifício. Mas é possível que o modo como a verdade foi dita foi determinado, em parte, pela crença profundamente enraizada que o único meio para acalmar a Deus (ou deuses) era oferecendo o primeiro e melhor de todos os presentes, incluindo o primogênito? (Veja Êxodo 13:11-16: consagração dos primogênitos; II Reis 3:26-27: o efeito terrível sobre o exército israelita quando o rei de Moabe sacrificou seu primogênito; Miquéias 6:6-8: a psicologia da indenização e a hierarquia do sacrifício, culminando no sacrifício de crianças). Sendo rigoroso, o sexto mandamento proíbe assassinato; não eram considerados proibidos matar por auto-defesa, pena de morte civil, nem morte em guerra. Então pode-se argumentar que a ordem de Deus para sacrificar Isaque não criou em Abraão o dilema moral que surgiria se fosse nos dias de hoje. Essa abordagem nos permite ver a imagem poderosa da "substituição" sem o conflito moral que frequentemente surge na narrativa dessa história?
Aqueles que Cristo louva no Juízo, talvez tenham conhecido pouco de teologia, mas nutriram seus princípios. Mediante a influência do Divino Espírito, foram uma benção para os que os cercavam. Mesmo entre os gentios existem pessoas que têm cultivado o espírito de bondade; antes de lhes haverem caído aos ouvidos as palavras de vida, acolheram com simpatia os missionários, servindo-os mesmo com perigo da própria vida. Há, entre os gentios, almas que servem a Deus ignorantemente, a quem a luz nunca foi levada por instrumentos humanos; todavia não perecerão. Conquanto ignorantes da lei escrita de Deus, ouviram Sua voz a falar-lhes por meio da Natureza, e fizeram aquilo que a lei requeria. Suas obras testificam que o Espírito Santo lhes tocou o coração, e são reconhecidos como filhos de Deus. - O Desejado de Todas as Nações, página 614 (ênfases acrescentados)
Abraão e Isaque (Gênesis 22): Existe conflito entre a ordem de Deus para sacrificar Isaque e a lei moral? A história de Abraão e Isaque no monte Moriá nos dá um poderoso vislumbre do sacrifício de Deus pela humanidade. Na realidade, Deus disse a Abraão no último instante que ele não precisava sacrificar seu filho: Deus providenciou o sacrifício. Mas é possível que o modo como a verdade foi dita foi determinado, em parte, pela crença profundamente enraizada que o único meio para acalmar a Deus (ou deuses) era oferecendo o primeiro e melhor de todos os presentes, incluindo o primogênito? (Veja Êxodo 13:11-16: consagração dos primogênitos; II Reis 3:26-27: o efeito terrível sobre o exército israelita quando o rei de Moabe sacrificou seu primogênito; Miquéias 6:6-8: a psicologia da indenização e a hierarquia do sacrifício, culminando no sacrifício de crianças). Sendo rigoroso, o sexto mandamento proíbe assassinato; não eram considerados proibidos matar por auto-defesa, pena de morte civil, nem morte em guerra. Então pode-se argumentar que a ordem de Deus para sacrificar Isaque não criou em Abraão o dilema moral que surgiria se fosse nos dias de hoje. Essa abordagem nos permite ver a imagem poderosa da "substituição" sem o conflito moral que frequentemente surge na narrativa dessa história?
Cristo e a serpente (Números 21:1-19):
Como a serpente, identificada como Satanás em Apocalipse 12:9 pode ser também símbolo do poder salvador de Deus? Em Seu diálogo com Nicodemos (João 3:14-15), Jesus usa a imagem da serpente de Números 21 para dar ênfase a seu ministério de salvação. Como a serpente de bronze poderia salvar enquanto a serpente real matava? Esse dilema pode ser resolvido, em parte, ao reconhecer que a serpente no Antigo Testamento não era ainda totalmente definida como símbolo de Satanás? A primeira passagem bíblica a identificar explicitamente a serpente como Satanás foi Apocalipse 12:7-12.
Reflexão Resumida
Por que a mente humana frequentemente encontra mais significado em passagens antigas através de um sistema que afasta a aplicação contemporânea do contexto histórico original? Podem ambas aplicações original e posterior serem verdadeiras?
"A Ira de Caim"
"E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão clama da terra a Mim". (Gênesis 4:10)
É estranho como a violência, a raiva e o pecado atraem mais a atenção nas manchetes, mesmo nas Escrituras. Abel ofereceu o sacrifício correto. Enoque andou com Deus. Mas não temos muita informação sobre eles. As Escrituras apenas comentam rapidamente sobre eles no estágio da história. Tem-se somente um vislumbre sobre eles.
Mas a ira de Caim merece quase um capítulo inteiro e é comentado mais de uma vez. Por quê?
Assim podemos aprender sobre a ira. Como ela afasta quem amamos. Como ela destrói em um momento o trabalho de uma vida inteira. Como ela tira de nosso alcance tudo que é precioso e querido. Caim poderia nos contar sobre tudo isso. Por isso ele teve um capítulo inteiro.
Gênesis 4 começa com uma exclamação de alegria de Eva. Ela declarou no nascimento de Caim: "Adquiri um varão com o auxílio do Senhor". Depois deu à luz a Abel, seu irmão. Essa fase ficou pronta. Então o drama começou.
Abel era pastor de ovelhas. Mas Caim dedicou sua vida para "servir" a terra. Sim, é digno de nota que a palavra hebraica traduzida como "cultivar" (o solo) também pode ser traduzida como "servir". Ela também pode ser usada na adoração. Caim tinha devoção pela terra. Ele herdou o trabalho original de Adão "cultivar e guardar o solo" (Gênesis 2:5 e 15), e dedicou sua vida nesse serviço.
Tempo de ofertas. Ambos os irmãos trouxeram o melhor que tinham, Caim do fruto da terra, Abel de seu rebanho. A palavra usada para as duas ofertas é um termo geral, que sugere presente de gratidão ou graças, um sacrifício de homenagem ou lealdade.
Mas alguma coisa ficou errada. O Senhor aceitou a oferta de Abel mas não a de Caim. Podemos apenas fazer suposição de qual foi o motivo, as Escrituras não dizem o porquê.
Por tradição, os cristãos têm dito que Caim deveria ter trazido um animal. É possível, especialmente para uma oferta pelos pecados. Mas mesmo nas leis de Levíticos, uma oferta das primícias dos frutos faz claramente parte dos planos de Deus. Um capítulo inteiro (Levíticos 2) comenta exclusivamente esse tipo de oferta.
Sim, a falha pode ter sido na oferta em si ou na maneira como foi apresentada. Mas a reação de Caim sugere que o problema estava em seu coração. Hebreus 11:4 diz que a oferta de Abel foi aceita apenas "pela fé". Aparentemente, Caim tinha falta de fé.
A atitude do adorador é o principal perante Deus. Isso explica orações não atendidas:
Mas a ira de Caim merece quase um capítulo inteiro e é comentado mais de uma vez. Por quê?
Assim podemos aprender sobre a ira. Como ela afasta quem amamos. Como ela destrói em um momento o trabalho de uma vida inteira. Como ela tira de nosso alcance tudo que é precioso e querido. Caim poderia nos contar sobre tudo isso. Por isso ele teve um capítulo inteiro.
Gênesis 4 começa com uma exclamação de alegria de Eva. Ela declarou no nascimento de Caim: "Adquiri um varão com o auxílio do Senhor". Depois deu à luz a Abel, seu irmão. Essa fase ficou pronta. Então o drama começou.
Abel era pastor de ovelhas. Mas Caim dedicou sua vida para "servir" a terra. Sim, é digno de nota que a palavra hebraica traduzida como "cultivar" (o solo) também pode ser traduzida como "servir". Ela também pode ser usada na adoração. Caim tinha devoção pela terra. Ele herdou o trabalho original de Adão "cultivar e guardar o solo" (Gênesis 2:5 e 15), e dedicou sua vida nesse serviço.
Tempo de ofertas. Ambos os irmãos trouxeram o melhor que tinham, Caim do fruto da terra, Abel de seu rebanho. A palavra usada para as duas ofertas é um termo geral, que sugere presente de gratidão ou graças, um sacrifício de homenagem ou lealdade.
Mas alguma coisa ficou errada. O Senhor aceitou a oferta de Abel mas não a de Caim. Podemos apenas fazer suposição de qual foi o motivo, as Escrituras não dizem o porquê.
Por tradição, os cristãos têm dito que Caim deveria ter trazido um animal. É possível, especialmente para uma oferta pelos pecados. Mas mesmo nas leis de Levíticos, uma oferta das primícias dos frutos faz claramente parte dos planos de Deus. Um capítulo inteiro (Levíticos 2) comenta exclusivamente esse tipo de oferta.
Sim, a falha pode ter sido na oferta em si ou na maneira como foi apresentada. Mas a reação de Caim sugere que o problema estava em seu coração. Hebreus 11:4 diz que a oferta de Abel foi aceita apenas "pela fé". Aparentemente, Caim tinha falta de fé.
A atitude do adorador é o principal perante Deus. Isso explica orações não atendidas:
"Quando muitiplicais as vossas orações, não as ouço" (Isaías 1:15).
E isso aconteceu com Caim e sua oferta: O Senhor não os ouviu. Mas Ele estava observando. E quando Caim ficou com raiva, o Senhor conversou com ele. As Escrituras não registram a resposta de Caim. Mas sua ira foi ponderada.
Em algum lugar no interior da alma de Caim, havia uma fúria latente escondida, uma raiva profunda contra Deus e a humanidade. Um sacrifício rejeitado, especialmente quando apresentado em adoração a Alguém muito amado seria, para dizer a verdade, uma experiência arrasadora. Mas ira? O amor genuíno não buscaria o coração em tristeza e humildade para acertar o problema? Em um sentido, quem dá é mais abençoado do que quem recebe, mas com certeza um sacrifício "bem sucedido" traz, antes de tudo, alegria para quem teve a aceitação.
Caim matou seu irmão. O sangue foi derramado no mesmo solo que Caim tinha a missão de servir.
"Onde está teu irmão?", Deus perguntou.
"Não sei; acaso sou eu tutor de meu irmão?"
Então a terra amada por Caim depôs contra ele: "A voz do sangue de teu irmão clama da terra a mim", disse Deus. "A terra abriu a boca para receber o sangue de teu irmão".
"Quando lavrares o solo, não te dará ele a sua força; serás fugitivo e errante pela terra".
A ira de Caim se misturou com medo. Então o Senhor graciosamente pôs um sinal de proteção em Caim indicando que ele não deveria ser morto. Sim, o Senhor se preocupa profundamente, mesmo com os assassinos. Por que Ele não deveria? Caim já tinha pago um preço terrível por seu pecado. Sua explosão lhe custou seu irmão; então seus pais e sua terra amada também foram separados dele. Caim poderia receber um toque da graça de Deus.
Revendo a ira de Caim, poderíamos perguntar: Havia cura?
As Escrituras não dizem nada sobre as razões da ira de Caim. Se considerarmos que nossa raiva não é como a de Caim deixamos de compreender a cura para a ira dele, a sua e a minha.
Jesus nos disse para amarmos nossos inimigos (Mateus 5:44). Podemos pensar que inimigo é quem se beneficia - e realmente houveram vantagens para Abel. Mas pense no que significaria para Caim.
Como isso acontece? Sabemos como é impossível simplesmente mudar da raiva para o amor. Isso não funciona. Mas existe algo que funciona: deixar nossa raiva com o Senhor. Podemos até dizer a Deus que algumas vezes "gostamos" de nossa raiva, mas nesse instante pedimos a Ele que tire-a de nós e nos dê o dom do amor e compaixão.
É possível que isso não aconteça imdiatamente. Muitas vezes podemos não estar prontos o suficiente. Mas ao sentirmos nossa necessidade, podemos fazer a oração do pai desesperado pela cura do filho: "Ajuda-me na minha falta de fé!" (Marcos 9:24).
O que teria acontecido se Caim tivesse feito tal oração?
Traduzido por: Axel Keppke
Jesus nos disse para amarmos nossos inimigos (Mateus 5:44). Podemos pensar que inimigo é quem se beneficia - e realmente houveram vantagens para Abel. Mas pense no que significaria para Caim.
Como isso acontece? Sabemos como é impossível simplesmente mudar da raiva para o amor. Isso não funciona. Mas existe algo que funciona: deixar nossa raiva com o Senhor. Podemos até dizer a Deus que algumas vezes "gostamos" de nossa raiva, mas nesse instante pedimos a Ele que tire-a de nós e nos dê o dom do amor e compaixão.
É possível que isso não aconteça imdiatamente. Muitas vezes podemos não estar prontos o suficiente. Mas ao sentirmos nossa necessidade, podemos fazer a oração do pai desesperado pela cura do filho: "Ajuda-me na minha falta de fé!" (Marcos 9:24).
O que teria acontecido se Caim tivesse feito tal oração?
Traduzido por: Axel Keppke