O Obreiro, a Santificação e o Espírito Santo


A relação entre a santificação e o Espírito Santo na vida dos obreiros/líderes é algo claro nas Escrituras. Desde o Antigo Testamento a presença do Espírito na vida da liderança do povo de Deus é fator fundamental para o sucesso no fazer e no ser do obreiro. Observemos alguns exemplos:

Depois, falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Eis que eu tenho chamado por nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, e o enchi do Espírito de Deus, de sabedoria, e de entendimento, e de ciência em todo artifício, para inventar invenções, e trabalhar em ouro, e em prata, e em cobre, e em lavramento de pedras para engastar, e em artifício de madeira, para trabalhar em todo lavor. (Ex 31.1-5)

Então, eu descerei, e ali falarei contigo, e tirarei do Espírito que está sobre ti, e o porei sobre eles; e contigo levarão a carga do povo, para que tu sozinho o não leves. (Nm 11.17)

Então, disse o SENHOR a Moisés: Toma para ti a Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e põe a tua mão sobre ele. (Nm 27.18)

Então, o Espírito do SENHOR revestiu a Gideão, o qual tocou a buzina, e os abiezritas se ajuntaram após ele. (Jz 6.34)

Então, Samuel tomou o vaso do azeite e ungiu-o no meio dos seus irmãos; e, desde aquele dia em diante, o Espírito do SENHOR se apoderou de Davi. Então, Samuel se levantou e se tornou a Ramá. (1 Sm 16.13)

E o Espírito de Deus revestiu a Zacarias, filho do sacerdote Joiada, o qual se pôs em pé acima do povo e lhes disse: Assim diz Deus: Por que transgredis os mandamentos do SENHOR? Portanto, não prosperareis; porque deixastes o SENHOR, também ele vos deixará. (2 Cr 24.20)

Além de todos esses exemplos, que apontam para a capacitação do Espírito na realização de coisas, temos de maneira figurada a necessidade do Espírito na vida de obreiros/líderes em sua função santificadora (separação para, separação de):

Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: Toma a Arão, e a seus filhos com ele, e as vestes, e o azeite da unção, como também o novilho da expiação do pecado, e os dois carneiros, e o cesto dos pães asmos e ajunta toda a congregação à porta da tenda da congregação. Fez, pois, Moisés como o SENHOR lhe ordenara, e a congregação ajuntou-se à porta da tenda da congregação. Então, disse Moisés à congregação: Isto é o que o SENHOR ordenou que se fizesse. E Moisés fez chegar a Arão e a seus filhos, e os lavou com água, e lhe vestiu a túnica, e cingiu-o com o cinto, e pôs sobre ele o manto; também pôs sobre ele o éfode, e cingiu-o com o cinto lavrado do éfode, e o apertou com ele. [...]Tomou Moisés também do azeite da unção e do sangue que estava sobre o altar e o espargiu sobre Arão, e sobre as suas vestes, e sobre os seus filhos, e sobre as vestes de seus filhos com ele; e santificou a Arão, e as suas vestes, e seus filhos, e as vestes de seus filhos com ele. (Lv 8.1-7, 30)

Podemos observar na consagração de Arão e seus filhos alguns elementos que apontam para a santificação, como, por exemplo, a água (símbolo do Espírito e da Palavra) e o sangue (agente purificados). A unção com óleo (símbolo do Espírito) não simboliza apenas a capacitação para o serviço, mas, fala-nos também da ação santificadora do Espírito (separando para, separando de), verdade essa confirmada no Novo Testamento:

Mas devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé da verdade, (2 Ts 2.13)

Sem o Espírito Santo presente e agindo em sua vida, o obreiro não consegue alcançar os níveis de santidade exigidos para que sirva de modelo ou referencial moral para o rebanho. Por isso, é necessário que na condição de obreiros e líderes:

- Sejamos regenerados pelo Espírito (Jo 3.3-8). Títulos ou posições honrosas sem a regeneração do Espírito não nos credenciam para o Reino de Deus, nem para sermos obreiros no Reino. É necessário nascer de novo.

- Sejamos habitados pelo Espírito (Jo 20.21-22; Rm 8.7-9). A habitação do Espírito é consequência direta da regeneração do Espírito. O Espírito habita na vida dos regenerados, daqueles que experienciaram o novo nascimento.

- Sejamos batizados com o Espírito (Lc 24.49; At 1.5, 8; 2.1-4, 32-33, 38-39). O revestimento de poder outorgado pelo Espírito é fundamental para que desempenhemos o nosso ministério de forma plena, fazendo com excelência e na unção do Espírito a obra de Deus.

- Sejamos guiados (gr. ágo, levados e trazidos, conduzidos, carregados) pelo Espírito (At 10.19-23; At 13.1-4; 15.28; 16.6-11; Gl 5.18). O Espírito precisa voltar a dirigir o nosso ministério, o lugar onde Deus deseja que façamos a sua obra, as nossas decisões, os nossos projetos pessoais e ministeriais.

- Sejamos inclinados (gr. phronéo), ou seja, uma disposição mental, vontade, sentimento e intelecto voltados para as coisas do Espírito (Rm 8.5-6). Sempre haverá uma constante tensão entre a inclinação da carne e do Espírito. A santificação será uma realidade na medida em que a inclinação do Espírito superar a inclinação da carne (baixos instintos da natureza humana, concupiscências, desejos ilícitos e impuros).

- Sejamos cheios do Espírito (At 6.3; 9.15-17; Ef 5.18). Ser cheio do Espírito é fundamental para uma vida de santificação. O verbo grego se encontra no tempo perfeito (ação constante), na voz passiva (ação sofrida) e no modo imperativo (ação ordenada). Estando cheios do Espírito não nos embriagaremos com o vinho do poder eclesiástico ou secular, dos privilégios, das vantagens, da ganância, da fama, da notoriedade, do status, dos cargos, da política eclesiástica suja, do profissionalismo ministerial, da avareza, da relativização dos valores morais, das heresias doutrinárias, dos modismos teológicos.

A presença e o poder do Espírito Santo na vida do obreiro não o habilita e o capacita apenas para realizar coisas para Deus, é também habilitação e capacitação para viver para a glória de Deus em santificação (separação do mal espiritual e moral).
|  Autor: Pastor Altair Germano  |  Divulgação: estudosgospel.Com.BR |