Teologia da Morte - Seu Papel e Lugar na Vida

Rm 6.1-11


COMO ENTENDER AS EXPERIÊNCIAS DE PESSOAS CLINICAMENTE MORTAS E QUE VOLTARAM A VIVER?

        Nas últimas décadas, os relatos e experiências de pessoas que foram consideradas clinicamente mortas e que voltaram a viver têm ocupado bastante espaço em filmes, novelas, livros e em cultos religiosos.
        1. Não é incomum encontrar evangélicos dando testemunhos sobre o assunto, dizendo ter visitado o céu, o inferno. Relatam longos passeios que fizeram com Jesus, como presenciaram a felicidade de uns e tormentos de outros. Alguns trazem mensagens para os vivos e em quase todas elas é fator dominante as contradições, as heresias, as semelhanças com filmes de ficção científica e inúmeros elementos patéticos do imaginário folclore popular.
        2. Os católicos carismáticos, por sua vez, relatam a visita de santos e de Maria, a mãe de Jesus quando estiverem no limiar da morte. Nos relatos mais conhecidos, Maria manda avisar que pediu a Jesus para que o morto voltasse à vida e avisasse à Igreja que Ela continua intercedendo junto a Jesus pela "Santa Igreja Católica". Outros, ainda, viram parentes no purgatório etc.
        3. Espíritas e esotéricos mencionam que quando clinicamente mortos, eles se viram fora do corpo e estiveram em contato com espíritos de luz. Há dois tipos de situação envolvendo o "espírito de luz". Na primeira, o espírito convida o moribundo á uma reflexão, um exame da vida. Na segunda, o moribundo tem o seu horizonte humano dimensionado e ligado a um estado de felicidade sem limites.
        4. A ciência, ainda que duvidando da fé religiosa, mas baseada em diversos estudos e um grande número de pesquisas e entrevistas com pessoas que "voltaram a viver", admite que a partir dos referidos estudos, deduz-se indícios claros do que acontece com o ser humano depois da morte. Ou melhor, naquela zona limítrofe da vida humana existente entre a morte clínica e a morte vital Do ponto de vista científico e de forma imparcial,há teorias de supostos contatos com seres imaginários e relatos de pessoas que estiveram na outra vida e voltaram.

Que podemos afirmar à luz da Bíblia?

        1. A teoria que alguém foi ao inferno "ver como era" é absurda e não tem base bíblica. Três palavras são traduzidas como inferno em português:
  • HADES ( ou sheol em hebraico) - refere-se ao lugar onde os espíritos dos mortos aguardam a ressurreição;
  • TÁRTARO é usado para referir-se à prisão dos anjos caídos (Jd v.6);
  • GEENA, refere-se ao Inferno em relação ao castigo eterno É o lugar para onde irão os injustos após o Julgamento do Grande Trono Branco (Lc 16.23). Se o Julgamento ainda não aconteceu, como podem alguns afirmar que estiveram no Inferno (Geena) ?

         Se o livro de Apocalipse fala de mar de cristal, ruas de ouro, por que nos relatos de arrebatamento e ressurreição as narrativas costumam mencionar de uma espécie de fazenda feliz com flores e frutos?
         A pessoa que volta a viver não tem lembranças do que aconteceu enquanto estava na fronteira da morte. Diversos estudos comprovaram que as sensações psico-emocionais se misturam no torpor da agonia e se vive as sensações difusas causadas pelo inconsciente ainda funcionando.

        2. Os relatos sobre arrebatamento estão em desacordo com os relatos bíblicos sobre pessoas que voltaram a viver ou que estiveram na fronteira da morte:
  • A ressurreição de pessoas mortas não menciona lembranças de onde estiveram (Mt 9.18-26; Lc 7.11-17)
  • O objetivo era mostrar o poder do Cristo vencedor da morte (era um milagre)
  • A ressurreição de pessoas mortas implica em ressuscitar para tornar a morrer, muito diferente da ressurreição final que será para juízo (Ap 20.5-6,13 )
  • As visões dos céus (Morada de Deus) se deram com o ARREBATAMENTO DOS SENTIDOS de alguém vivo (Isaías, Ezequiel, Estevão, Paulo, e João) e as ressurreições registradas no Novo Testamento não mencionam nada sobre a vida pós-morte.


Autor: Pr Dionildo Dantas