Os Efeitos da Graça


A cada dia, tenho sido extremamente impactado pela Palavra de Deus, especialmente no que se refere às passagens que me ajudam a compreender com maior profundidade o que significa a Graça do Senhor.

Esse impacto torna-se maior ainda quando a essa desconcertante doutrina da Graça vem ao meu encontro e fulmina qualquer traço de legalismo que habite a minha alma, destruindo as minhas infundadas pretensões de auto-justificação. Tenho aprendido que não posso e nem preciso fazer nada para que Deus me ame. Isso sim é uma Boa Nova que vem sendo esquecida.

Refiro-me à incomparável Grandeza do Amor de um Deus, que ao contrário dos demais deuses criados pelos homens e por suas religiões, não cobra nada das suas criaturas em troca das bênçãos decorrentes da salvação. Não obstante, muitos cristãos, talvez por falta de uma maior e mais clara compreensão da superabundante Graça do Pai, têm tornado o relacionamento com Jesus Cristo algo pesado, legalista, impessoal, cheio de formalismos e de prévias condições de admissibilidade, quando, na realidade, o Salvador veio ao mundo para ser uma ponte segura entre Deus e os homens, o que elimina de ponto qualquer orgulho que esteja presente no ego humano, como fruto de suas inúteis tentativas de se vangloriar em razão de supostas conquistas do favor de Deus, decorrentes de ações "dignas de mérito".

Definitivamente, não passamos de pó, não passamos de trapos falantes que percorrem as ruas e vielas da vida em direção a um ponto final no calendário da história, simplesmente para cumprir o destino de um pobre pecador, que tem a morte como justa recompensa pelo pecado que domina o seu ser, pois como diz a Bíblia, o salário do pecado é a morte, Rm.6:23. Em contrapartida, o Dom Gratuito de Deus é a salvação através de Jesus Cristo, conquistada através do escândalo do calvário.

No Evangelho de Lucas, mais precisamente no início do capítulo dezenove, temos uma prova cabal de que Deus é quem toma a iniciativa para nos salvar e isso independe dos nossos méritos ou de termos sido "bonzinhos" durante os dias de nossa vida.Tal iniciativa, não só nos sela para a Vida Eterna como também promove mudanças grandiosas em nosso coração.

Durante aquele momento único em sua vida, Zaqueu não esperava o que estava prestes a acontecer. De acordo com a Bíblia, Jesus disse:"Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa. Ele desceu a toda pressa e recebeu com alegria", Lc.19:5-6 - ARA.

Como podemos constatar, Jesus convidou um grande pecador para um relacionamento com Ele, convite representado pelo desejo de ir até a sua casa, fato esse que causou comoção, pois de acordo com as Escrituras todos os que viram isso murmuravam, dizendo que Jesus se hospedara na casa de um homem pecador.

Esse é o grande retrato da nossa existência. Somos pecadores e nada mais. Os que murmuravam eram legalistas, cheios de auto-confiança e orgulho. Almas auto-suficientes, egos alimentados pela falsa segurança propiciada pela religiosidade. Quanto a Zaqueu, era um pobre pecador, dependente da Graça do Senhor da Vida.

O Jesus das Escrituras é o que põe no nosso coração o desejo de conhecê-Lo e consuma os seus planos quando, ao regenerar o nosso ser, faz-nos entender os seus propósitos e a dimensão de sua obra ao nosso favor. Não sobra nada para nós, a não ser abrir a porta da nossa casa espiritual, para recebê-Lo com alegria e com a disposição de servi-Lo eternamente.

Como é bom saber que não passo de um pobre pecador, que foi visitado pelo Santo dos santos e experimentou o poder do Seu amor.

Do mesmo modo, convido a todos os leitores que confiam em sua própria força, para que "desçam a árvore da auto-suficiência" e experimentem o Amor incondicional de Deus, pois, afinal de contas, Jesus Cristo ama sentar à mesa com pecadores.

Graça e paz!

| Autor: Pastor Murilo Augusto Ramalho | Divulgação: EstudosGospel.Com.BR |