Para que serve a lei? Eis uma pergunta que preocupa muita gente. Após vários estudos a respeito da Lei (O Decálogo) somos levados a indagar: por que observar mandamentos do antigo pacto? Ou: se vivemos no tempo da graça, por que observar as antigas leis?
A primeira vista, parece haver incompatibilidade entre a Lei (Antigo Testamento) e a Graça (Novo Testamento). Após muitos séculos esta inquietante questão que incomodava os gálatas continua a ser um problema, pois quando consideramos a mensagem de Jesus, pensamos nas novidades do Reino e somos inclinados a fechar os olhos aos tempos passados.
Não é tarefa fácil conciliar Lei e Graça. Haja vistas às ênfases de várias denominações que se desentendem, pois algumas se apegam demasiadamente às leis do Antigo Testamento, enquanto outras pretendem ignorar a velha lei, adotando apenas o ensino do Novo Testamento.
Para começo de conversa, é preciso dizer que a Bíblia Sagrada não se contradiz. E como única norma de fé e conduta deve ser considerada em seu todo.
Os Testamentos se completam: toda a Escritura é inspirada por Deus e, portanto, o Antigo e Novo Testamentos são a Palavra de Deus, que contém tudo para o nosso crescimento espiritual. Por isto, Paulo utiliza tantas vezes o testemunho escriturístico para mostrar o equilíbrio possível entre Lei e Graça.
Com base no ensino do apóstolo Paulo, podemos fazer as seguintes considerações:
A primeira vista, parece haver incompatibilidade entre a Lei (Antigo Testamento) e a Graça (Novo Testamento). Após muitos séculos esta inquietante questão que incomodava os gálatas continua a ser um problema, pois quando consideramos a mensagem de Jesus, pensamos nas novidades do Reino e somos inclinados a fechar os olhos aos tempos passados.
Não é tarefa fácil conciliar Lei e Graça. Haja vistas às ênfases de várias denominações que se desentendem, pois algumas se apegam demasiadamente às leis do Antigo Testamento, enquanto outras pretendem ignorar a velha lei, adotando apenas o ensino do Novo Testamento.
Para começo de conversa, é preciso dizer que a Bíblia Sagrada não se contradiz. E como única norma de fé e conduta deve ser considerada em seu todo.
Os Testamentos se completam: toda a Escritura é inspirada por Deus e, portanto, o Antigo e Novo Testamentos são a Palavra de Deus, que contém tudo para o nosso crescimento espiritual. Por isto, Paulo utiliza tantas vezes o testemunho escriturístico para mostrar o equilíbrio possível entre Lei e Graça.
Com base no ensino do apóstolo Paulo, podemos fazer as seguintes considerações:
1 - SOMOS SALVOS PELA GRAÇA E NÃO PELA LEI
De início, o apóstolo Paulo recorda aos seus leitores que a lei é importante, mas que não exerce nenhum efeito sobre a salvação. A orientação do apóstolo pretende corrigir uma atitude comum entre os gálatas: exaltar sobremaneira a conduta legal, desmerecendo a ação da maravilhosa graça de Deus que se apresentou salvadora a todos.Como observa o estudioso francês E. Cothenet: em nome da Lei, os judeus recusam o Evangelho; em nome da Lei, judaizantes não reconhecem que com o Cristo um novo mundo surgiu. Diante desta resistência dos circuncisos, Paulo decide então desferir um grande golpe.
Ele convida os gálatas à reflexão, apresentando alguns apelos que facilitam a compreensão deste assunto, considerando:
A experiência cristã de cada um (3.1-5). E preciso entender que a conversão (a transformação da vida) não é um ato humano, que dependa do empenho individual da observância da lei.
É uma ação da Graça salvadora de Cristo. As perguntas feitas conduzem os seus leitores à reflexão sobre a justificação que acontece mediante a oferta graciosa do Senhor, aquele que se fez maldição por nós (3.10-14). Quem conhece a Jesus sabe que a salvação não depende da lei; é ato da misericórdia de Deus.
O testemunho do pai Abraão (3.6-14), que viveu fora do tempo da lei, mas que se fez pai da fé, um exemplo incontestável. O apóstolo sabe que as pessoas que se apegam demasiadamente à lei se consideram filhas de Abraão, aquele que viveu pela fé, sem conhecer as leis na forma apresentada no Decálogo: um exemplo digno de ser seguido porque ele creu e foi chamado amigo de Deus, conforme menciona Tiago 2.23.
O uso da razão. Paulo convida os gálatas à sensatez, pois a supervalorização da lei é absurda, uma vez que Cristo é o cumprimento da promessa; a partir de quem tudo o mais ocupa posição secundária. Jesus é maior do que qualquer lei e neste sentido até mesmo a lei, que é importante, passa a ser considerada lixo (Fp 3.8).
Para um judeu conservador, a mensagem de Paulo é chocante e controvertida, mas é Cristocêntrica, isto é, entroniza Cristo como Senhor absoluto, inclusive sobre toda e qualquer lei.
A salvação é de graça, mediante a fé. Não depende de obras, nem de conduta exemplar, nem tampouco formação religiosa. Isto é graça, favor imerecido.
2 - SOMOS CHAMADOS À LIBERDADE E AO AMOR
Não são poucas as pessoas que se fazem escravas da lei, chegando ao extremo de valorizar mais a lei do que Cristo. O legalismo passa a ser a religião dessas pessoas, que não conseguem enxergar nada mais a não ser normas, regulamentos, prescrições.Tornam-se por demais exigentes consigo mesmas e com os outros, cultivando um moralismo hipócrita, intransigente e repressivo, isto é, anormal e doentio. Jesus confrontou muitos destes legalistas que impunham fardos pesados que até eles mesmos não eram capazes de cumprir (Mt 7.12; 23.3-7).
Quantas vezes, no exercício da disciplina, a Igreja se apega demasiadamente à lei, deixando de mostrar amor e perdão aos que fracassam. Como Jesus agiu em relação à mulher surpreendida em adultério (Jo 8)? Diz o apóstolo que a lei mata, e o espírito vivifica.
Segundo o ensino do apóstolo Paulo, os cristãos se encontram livres da escravidão da lei, pois foram salvos por Cristo para a liberdade. A maldição da lei foi redimida pelo Senhor Jesus (G1 3.13. Compare com Rm 5.8; II Co 5.21).
Comenta o autor Archiblad Hunter que Cristo atuou como nosso representante; tomando sobre si a maldição da lei, a reduziu a uma coisa nula e sem valor, de modo que nós podemos viver livres. A morte de Cristo é considerada como representativa e penal... e então, em Cristo, não pode haver mais escravo, nem liberto; nem homem, nem mulher... (v.28), pois todos são iguais.
O cristão continua a observar a lei, mas não mais como escravo da lei. Na linguagem dc William Neil o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus e o propósito de Deus e que este homem seja um filho, não um escravo.
Os cristãos são libertos da coerção da lei e em sua caminhada jamais podem se submeter a nenhum jugo de escravidão. Eles devem não apenas aprender a celebrar a liberdade espiritual, mas também vivê-la.
Liberdade não significa libertinagem. Liberdade com responsabilidade.
Ensina o apóstolo: não useis de vossa liberdade para dar ocasião à carne (v.13). A liberdade está limitada por uma lei maior: o amor, que é a síntese de toda a lei. No que diz respeito à observância da lei, os cristãos haverão sempre de se submeter aos planos soberanos do Senhor e à sublime virtude do amor.
O amor é a lei da vida cristã. Maior do que a lei e o infrator é a graça do Senhor que educa a pessoa para viver em amor. Duas palavras que se casam no equilíbrio da vida cristã: liberdade e amor.
3 - SOMOS DESAFIADOS A ANDAR E VIVER NO ESPÍRITO
Os judaizantes, conforme ensina o Dr. Howard Colson, só concebiam duas maneiras de encarar a vida: ou praticando as obras da carne ou seguindo rigidamente a lei. E o apóstolo apresenta uma terceira possibilidade: Depender do Espírito - eis a preciosa sugestão do apóstolo.Ao invés de andar na carne, em busca de prazer, o apóstolo propõe uma vida no Espírito. Quem vive assim, não está sob a tutela da lei, nem da carne: Andai (e vivei) no espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne (G1 5.15,18). Aqui Paulo contesta os judaizantes que desejavam impor aos gálatas alguns jugos.
Novamente se voltam para a discussão quanto à importância da circuncisão. O apóstolo mostra que a circuncisão era uma lei temporária e sem consistência, tornando-se para muitos tropeço da cruz. Insiste o autor em mostrar que a excessiva preocupação com o formalismo cega as pessoas a uma vivência no Espírito.
O convencimento do pecado, da justiça e do juízo é obra do Espírito; devemos continuar a andar (e viver) no Espírito, rompendo com as imposições da lei. Somente sob a dependência do Espírito o cristão está capacitado para cumprir os propósitos de Deus, rompendo com as obras da carne.
Outra referência importante é que, no Espírito, a nossa preocupação não é mais com as imposições da lei e as obras da carne. Andando no Espírito, ocupando-nos com as coisas contra as quais não há lei: amor, paz, alegria, bondade, benignidade, fidelidade, mansidão, domínio próprio - catalogadas pelo apóstolo como fruto do Espírito. Não basta abandonar algumas práticas pecaminosas, é importante alimentar a vida no Espírito produzindo fruto espiritual.
Os cristãos são salvos para a liberdade, em amor, mas, andando no Espírito. Não estamos desobrigados de obedecer às leis de Deus; mas, somos salvos pela graça misericordiosa do Senhor. Somos salvos para a liberdade em amor. E pelo poder do Espírito Santo, somos capacitados à observância das verdadeiras leis.
DISCUSSÃO
1. Ainda hoje, são colocados jugos pesados aos cristãos?2. Que práticas religiosas de tempos passados não mais se justificam?
3. No exercício da disciplina, a Igreja tem agido de acordo com a lei ou a graça? Por quê?
Autor: Rev. Wilson Emerick de Souza