Estudo Bíblico O Conselheiro Cristão
O ministério do aconselhamento
Certa feita, um crente fiel e interessado em elucidar as dúvidas de sua fé, abordou Gregório Nazianzeno com uma pergunta, que levou o teólogo a sugerir-lhe: “Seria bem melhor responder-lhe do púlpito”. Se o admirável doutor da igreja capadócia tinha, de fato, um coração de pastor, por que deixaria de ouvir o balido da ovelha?
Em vez de criticá-lo, coloquemo-nos em seu lugar.
Estaríamos nós, realmente, dispostos a dispensar atenção e tempo a uma única pessoa? Ou transformar-lhe-íamos a pergunta numa tese a ser exposta no principal culto da igreja, buscando, assim, fugir ao estresse de uma entrevista no gabinete pastoral?
Via de regra, preferimos tratar as necessidades humanas de forma coletiva a dispensar-lhes um tratamento individual, diferenciado e específico. Nosso Senhor, porém, insta-nos a agir como Ele agiu: aconselhava tanto coletiva quanto individualmente. Assim deve atuar o conselheiro cristão. Se por um lado ministra os conselhos de Deus da tribuna ao rebanho sempre nédio — onde dificilmente é interpelado — por outro, não teme receber a ovelha ferida em seu gabinete — onde é aparteado exaustivamente.
De qualquer forma, não haverá de fugir ele à sua vocação: é um conselheiro pastoral; para esse mister Deus o chamou.
Em vez de criticá-lo, coloquemo-nos em seu lugar.
Estaríamos nós, realmente, dispostos a dispensar atenção e tempo a uma única pessoa? Ou transformar-lhe-íamos a pergunta numa tese a ser exposta no principal culto da igreja, buscando, assim, fugir ao estresse de uma entrevista no gabinete pastoral?
Via de regra, preferimos tratar as necessidades humanas de forma coletiva a dispensar-lhes um tratamento individual, diferenciado e específico. Nosso Senhor, porém, insta-nos a agir como Ele agiu: aconselhava tanto coletiva quanto individualmente. Assim deve atuar o conselheiro cristão. Se por um lado ministra os conselhos de Deus da tribuna ao rebanho sempre nédio — onde dificilmente é interpelado — por outro, não teme receber a ovelha ferida em seu gabinete — onde é aparteado exaustivamente.
De qualquer forma, não haverá de fugir ele à sua vocação: é um conselheiro pastoral; para esse mister Deus o chamou.
I. O QUE É O CONSELHEIRO PASTORAL
Basta uma leitura de Atos para logo concluirmos: não há cristão que não seja conselheiro. É o que afirma o apóstolo Paulo (Cl 3.16). No mesmo livro, porém, constatamos que o Espírito Santo separa determinadas pessoas, para que se consagrem ao ministério do aconselhamento. Nos momentos de crise, requer-se a pronta intervenção de alguém chamado especificamente a essa tarefa.
Todavia, o que é o conselheiro cristão? É um profissional? Um médico de almas? Ou um ministro do evangelho?
1. Definição etimológica. A palavra conselheiro é oriunda do vocábulo latino consiliariu, e significa “aquele que se assenta no concílio ou assembléia”. Semelhante definição remete-nos às praças e aos palácios da antigüidade, nos quais congregavam-se os sábios para orientar os concidadãos a decidirem entre o certo e o errado. Haja vista o episódio narrado no livro de Rute. No portão de Belém, reuniram-se os anciãos, a fim de ajudar Boaz a obter o direito de ser o resgatador da jovem moabita (Rt 4.1-12).
2. Definição genérica. Conselheiro é aquele que ministra conselhos seja na discrição de um gabinete, seja na efervescência da assembléia do povo. Também é conhecido como conselheiro o ministro encarregado de orientar o chefe de Estado. O pensador cristão Charles Colson, por exemplo, atuou durante vários anos como conselheiro especial do presidente norte-americano Richard Nixon. Em sua autobiografia, narra a tensão e as dificuldades por ele enfrentadas no desempenho de sua função. O conhecimento não lhe era suficiente; a sabedoria era-lhe indispensável; a experiência, imprescindível. Ora, se para aconselhar uma autoridade secular requer-se tamanha responsabilidade, como portar-se ante as demandas da Igreja de Cristo?
3. Definição teológica. O conselheiro pastoral é alguém capacitado pelo Espírito Santo para ajudar as ovelhas de Cristo nos momentos de crise, mostrando-lhes, através da Bíblia Sagrada, a vontade de Deus e as soluções apontadas pela Palavra de Deus.
Ao romancear a biografia de Lucas, a autora canadense Taylor Caldwell cognominou-o de médico de almas e de homens. Por que médico de almas? Desde a sua chamada ao ministério cristão, tornara-se um especialista em curar as feridas do espírito. Eis por que todos o chamavam de médico amado (Cl 4.14). Se nos empenharmos por seguir-lhe o exemplo, também seremos tidos na conta de médicos de almas. Não foi justamente para isso que nos convocou o Senhor Jesus? Quando os fariseus o censuraram por dedicar-se aos pecadores, respondeu-lhes: “Os sãos não necessitam de médico, mas sim os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores” (Mc 2.17).
Não são apenas os incrédulos que se acham com a alma enferma. Os crentes também enfrentam graves moléstias espirituais, conforme escreve Paulo aos irmãos de Corinto: “... há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem” (1 Co 11.30). Que terapia usaremos para restaurá-los? Existe apenas uma terapia realmente eficaz: a ministração da Palavra de Deus através do aconselhamento pastoral, pois nem sempre as pregações públicas são eficientes àquele que requer um tratamento individual e diferenciado. Algumas doenças da alma não podem ser tratadas numa enfermaria coletiva.
Todavia, o que é o conselheiro cristão? É um profissional? Um médico de almas? Ou um ministro do evangelho?
1. Definição etimológica. A palavra conselheiro é oriunda do vocábulo latino consiliariu, e significa “aquele que se assenta no concílio ou assembléia”. Semelhante definição remete-nos às praças e aos palácios da antigüidade, nos quais congregavam-se os sábios para orientar os concidadãos a decidirem entre o certo e o errado. Haja vista o episódio narrado no livro de Rute. No portão de Belém, reuniram-se os anciãos, a fim de ajudar Boaz a obter o direito de ser o resgatador da jovem moabita (Rt 4.1-12).
2. Definição genérica. Conselheiro é aquele que ministra conselhos seja na discrição de um gabinete, seja na efervescência da assembléia do povo. Também é conhecido como conselheiro o ministro encarregado de orientar o chefe de Estado. O pensador cristão Charles Colson, por exemplo, atuou durante vários anos como conselheiro especial do presidente norte-americano Richard Nixon. Em sua autobiografia, narra a tensão e as dificuldades por ele enfrentadas no desempenho de sua função. O conhecimento não lhe era suficiente; a sabedoria era-lhe indispensável; a experiência, imprescindível. Ora, se para aconselhar uma autoridade secular requer-se tamanha responsabilidade, como portar-se ante as demandas da Igreja de Cristo?
3. Definição teológica. O conselheiro pastoral é alguém capacitado pelo Espírito Santo para ajudar as ovelhas de Cristo nos momentos de crise, mostrando-lhes, através da Bíblia Sagrada, a vontade de Deus e as soluções apontadas pela Palavra de Deus.
Ao romancear a biografia de Lucas, a autora canadense Taylor Caldwell cognominou-o de médico de almas e de homens. Por que médico de almas? Desde a sua chamada ao ministério cristão, tornara-se um especialista em curar as feridas do espírito. Eis por que todos o chamavam de médico amado (Cl 4.14). Se nos empenharmos por seguir-lhe o exemplo, também seremos tidos na conta de médicos de almas. Não foi justamente para isso que nos convocou o Senhor Jesus? Quando os fariseus o censuraram por dedicar-se aos pecadores, respondeu-lhes: “Os sãos não necessitam de médico, mas sim os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores” (Mc 2.17).
Não são apenas os incrédulos que se acham com a alma enferma. Os crentes também enfrentam graves moléstias espirituais, conforme escreve Paulo aos irmãos de Corinto: “... há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem” (1 Co 11.30). Que terapia usaremos para restaurá-los? Existe apenas uma terapia realmente eficaz: a ministração da Palavra de Deus através do aconselhamento pastoral, pois nem sempre as pregações públicas são eficientes àquele que requer um tratamento individual e diferenciado. Algumas doenças da alma não podem ser tratadas numa enfermaria coletiva.
II. O CONSELHEIRO NO ANTIGO TESTAMENTO
Em Israel, os conselheiros eram bastante requisitados. Até mesmo Salomão, considerado o mais sábio dos homens, tinha-os em elevada estima (1 Rs 12.6). A palavra destes homens, nem sempre idosos, mas necessariamente idôneos, era consignada como a voz de um anjo de Deus (2 Sm 16.23; Ec 4.13). A fim de aconselhar a sua geração, Salomão escreveu dois livros: Provérbios e Eclesiastes.
Se os conselheiros, porém, viessem a desconsiderar a sabedoria de Deus, levariam todo um império à ruína. Haja vista a divisão das tribos de Israel no tempo de Roboão (1 Rs 12.1-15). E o conselho de Balaão, filho de Peor? Instruído por sua cobiça, Balaque prontamente colocou tropeços diante dos filhos de Israel, incitando-os a se prostituírem e a comerem dos alimentos oferecidos aos ídolos (Ap 2.14).
A função de conselheiro era de tal forma importante em Israel, que o Messias foi assim descrito: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9.6). A expressão hebraica peleh yohets é particularmente emblemática. Descreve alguém que, por seus atributos divinos, é a fonte de todos os tesouros do conhecimento, segundo a descrição que faz Paulo do Senhor Jesus Cristo: “Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em caridade e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus — Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Cl 2.2,3).
É por isso que elegemos o Senhor Jesus como o paradigma do conselheiro pastoral. Aliás, não poderia ser doutra forma; ninguém falava e aconselhava como o nosso Salvador.
Se os conselheiros, porém, viessem a desconsiderar a sabedoria de Deus, levariam todo um império à ruína. Haja vista a divisão das tribos de Israel no tempo de Roboão (1 Rs 12.1-15). E o conselho de Balaão, filho de Peor? Instruído por sua cobiça, Balaque prontamente colocou tropeços diante dos filhos de Israel, incitando-os a se prostituírem e a comerem dos alimentos oferecidos aos ídolos (Ap 2.14).
A função de conselheiro era de tal forma importante em Israel, que o Messias foi assim descrito: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9.6). A expressão hebraica peleh yohets é particularmente emblemática. Descreve alguém que, por seus atributos divinos, é a fonte de todos os tesouros do conhecimento, segundo a descrição que faz Paulo do Senhor Jesus Cristo: “Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em caridade e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus — Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Cl 2.2,3).
É por isso que elegemos o Senhor Jesus como o paradigma do conselheiro pastoral. Aliás, não poderia ser doutra forma; ninguém falava e aconselhava como o nosso Salvador.
III. O CONSELHEIRO NO NOVO TESTAMENTO
A Igreja de Cristo é a comunidade conselheira por excelência. Na Grande Comissão, ela recebe tal incumbência do próprio Cristo: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!” (Mt 28.19,20).
Enfocando tão importante faceta da Igreja, ponderou Fred Catherwood: “A Igreja deve ser uma comunidade de estímulo”. Nesse sentido, que ela se poste como um hospital de almas, cujos médicos acham-se em permanente plantão para socorrer as ovelhas do Cristo. De João Batista a João, o Teólogo, o conselho marca indelével e inconfundivelmente o Novo Testamento.
1. João Batista. Ao preparar o caminho do Senhor, João Batista santificou-se a aconselhar os filhos de Israel, pois só assim haveriam eles de alcançar o ideal que lhes traçara o Senhor na Lei de Moisés e nos Profetas.
Certa vez, João foi procurado por uns publicanos e soldados que buscavam uns conselhos práticos para o seu dia a dia. Refletindo a justiça profética, assim o Precursor do Messias exortou-os: “Não peçais mais do que aquilo que vos está ordenado. A ninguém trateis mal, nem defraudeis e contentai-vos com o vosso soldo” (Lc 3.13,14). Ao censurar Herodes, veio a perder a vida (Mt 14.1-12). Seus conselhos, todavia, não puderam ser calados; continuam a ecoar, mostrando-nos ser a ética e a justiça o caminho trilhado pelos que temem a Deus.
2. Jesus Cristo. Jesus é o eterno, maravilhoso e infalível conselheiro. Ele aconselha-nos através de seus sermões, por meio de suas parábolas, através de seus pronunciamentos, mediante suas profecias; valendo-se de sua própria vida, serve-nos de perfeitíssimo conselho.
No Sermão da Montanha, admoesta-nos a viver segundo a lei do amor. Nas parábolas, exorta-nos a agir de acordo com o padrão divino, comparando as coisas do céu com as da terra. E, em suas profecias, insta-nos a proceder de conformidade com a vida futura. Ele não se atinha apenas à vida no céu. Sabendo quão estressante é o nosso cotidiano, deixou-nos uma série de princípios, visando aliviar-nos da pressão do cotidiano. Seus conselhos e métodos continuam tão atuais, hoje, quanto há dois mil anos.
3. Apóstolos. Através dos conselhos que diariamente ministravam, os apóstolos fizeram da Igreja Cristã uma comunidade orientadora. A eloqüência de Pedro não era medida somente pelos discursos; mediam-na, também, pelos consolos que o galileu ia dispensando às ovelhas de Cristo.
Tiago, o enérgico pastor de Jerusalém, não era conhecido apenas pelo rigor com que tratava as coisas de Deus; conheciam-no, de igual modo, por sua palavra oportuna e conciliadora. E Paulo? Não era ele o grande doutor dos gentios? Apresentava-se, igualmente, como o orientador da gente simples quer entre os judeus, quer entre os gregos e romanos. Já no Apocalipse, deparamo-nos com João; se por um lado descerra ele os mistérios do futuro, por outro, mostra o amor e o desvelo de Cristo no presente de suas ovelhas.
Sendo a Igreja de Cristo uma comunidade aconselhadora, somos instruídos a buscar conselhos e a ministrá-los sempre que necessário. Assim, todos somos edificados em amor: “Pelo que exortai-vos uns aos outros e edificai-vos uns aos outros, como também o fazeis” (1Ts 5.11). Nessa passagem, o apóstolo destaca que o conselho, verdadeiramente espiritual e amoroso, gera edificação. É o conselheiro, por conseguinte, um edificador de caracteres, de corações e de almas.
Enfocando tão importante faceta da Igreja, ponderou Fred Catherwood: “A Igreja deve ser uma comunidade de estímulo”. Nesse sentido, que ela se poste como um hospital de almas, cujos médicos acham-se em permanente plantão para socorrer as ovelhas do Cristo. De João Batista a João, o Teólogo, o conselho marca indelével e inconfundivelmente o Novo Testamento.
1. João Batista. Ao preparar o caminho do Senhor, João Batista santificou-se a aconselhar os filhos de Israel, pois só assim haveriam eles de alcançar o ideal que lhes traçara o Senhor na Lei de Moisés e nos Profetas.
Certa vez, João foi procurado por uns publicanos e soldados que buscavam uns conselhos práticos para o seu dia a dia. Refletindo a justiça profética, assim o Precursor do Messias exortou-os: “Não peçais mais do que aquilo que vos está ordenado. A ninguém trateis mal, nem defraudeis e contentai-vos com o vosso soldo” (Lc 3.13,14). Ao censurar Herodes, veio a perder a vida (Mt 14.1-12). Seus conselhos, todavia, não puderam ser calados; continuam a ecoar, mostrando-nos ser a ética e a justiça o caminho trilhado pelos que temem a Deus.
2. Jesus Cristo. Jesus é o eterno, maravilhoso e infalível conselheiro. Ele aconselha-nos através de seus sermões, por meio de suas parábolas, através de seus pronunciamentos, mediante suas profecias; valendo-se de sua própria vida, serve-nos de perfeitíssimo conselho.
No Sermão da Montanha, admoesta-nos a viver segundo a lei do amor. Nas parábolas, exorta-nos a agir de acordo com o padrão divino, comparando as coisas do céu com as da terra. E, em suas profecias, insta-nos a proceder de conformidade com a vida futura. Ele não se atinha apenas à vida no céu. Sabendo quão estressante é o nosso cotidiano, deixou-nos uma série de princípios, visando aliviar-nos da pressão do cotidiano. Seus conselhos e métodos continuam tão atuais, hoje, quanto há dois mil anos.
3. Apóstolos. Através dos conselhos que diariamente ministravam, os apóstolos fizeram da Igreja Cristã uma comunidade orientadora. A eloqüência de Pedro não era medida somente pelos discursos; mediam-na, também, pelos consolos que o galileu ia dispensando às ovelhas de Cristo.
Tiago, o enérgico pastor de Jerusalém, não era conhecido apenas pelo rigor com que tratava as coisas de Deus; conheciam-no, de igual modo, por sua palavra oportuna e conciliadora. E Paulo? Não era ele o grande doutor dos gentios? Apresentava-se, igualmente, como o orientador da gente simples quer entre os judeus, quer entre os gregos e romanos. Já no Apocalipse, deparamo-nos com João; se por um lado descerra ele os mistérios do futuro, por outro, mostra o amor e o desvelo de Cristo no presente de suas ovelhas.
Sendo a Igreja de Cristo uma comunidade aconselhadora, somos instruídos a buscar conselhos e a ministrá-los sempre que necessário. Assim, todos somos edificados em amor: “Pelo que exortai-vos uns aos outros e edificai-vos uns aos outros, como também o fazeis” (1Ts 5.11). Nessa passagem, o apóstolo destaca que o conselho, verdadeiramente espiritual e amoroso, gera edificação. É o conselheiro, por conseguinte, um edificador de caracteres, de corações e de almas.
IV. O CONSELHEIRO NA HISTÓRIA DA IGREJA
Por que os primeiros teólogos do cristianismo eram conhecidos como pais da igreja? Por haverem sistematizado a doutrina? Por terem construído uma irretorquível dogmática? Ou por se destacarem por uma invulgar eloqüência? Não resta dúvida de que todos eles eram consumados doutores nas Sagradas Escrituras; pontificavam tanto escrevendo quando falando. Todavia, foram assim cognominados por apresentarem, através do amor, todos os conselhos de Deus às ovelhas de Cristo.
Além de seu labor teológico, Orígenes punha-se a instruir o rebanho do Senhor; compreendia que aconselhar era também fazer teologia. Ambrósio, além dos hinos e instruções doutrinárias, entregava-se à edificação dos conversos. E, assim, edificou o caráter de Agostinho. E este não se limitava a escrever obras como a admirável Cidade de Deus; santificava-se a ensinar os que para lá se dirigiam.
E João Crisóstomo? Por que era tido como a boca de ouro do Cristianismo? Se por um lado sobressaía-se, no púlpito, a defender as grandes verdades das Sagradas Escrituras; por outro, no recôndito de seu ministério, onde somente Deus podia contemplá-lo, elaborava solidários conselhos a ouvidos relegados ao abandono.
Martinho Lutero não era um herói apenas diante dos que oprimiam a Igreja de Cristo. No silêncio de seu ofício, era um titã na obra do catecumenato.
O que diremos de Calvino? O autor das Institutas da Religião Cristã mostrou, desde o início de sua obra, um redobrado zelo com o aconselhamento pastoral. E, dispensando um zelo incomum pelas almas que sequer podiam discernir a mão direita da esquerda, ele transformou a cidade suíça de Genebra numa metrópole exemplar; depois de quinhentos de anos de reforma, esta ainda exubera civilização e cultura.
No século XVIII, quando a Reforma Protestante perdia terreno na Inglaterra, Deus levanta um homem que, além das lides acadêmicas, muito se dedicou ao aconselhamento pastoral. Contam seus biógrafos que John Wesley montava em seu cavalo e, com a determinação de um cruzado, saía a confirmar as ovelhas do Senhor. Era um trabalho difícil, penoso e sacrifical. Seus conselhos, entretanto, frutificaram toda uma geração.
Os grandes teólogos americanos jamais deixaram de lado o ministério do aconselhamento. Jonathan Edwards e Charles Finney, além de erigirem grandes monumentos à doutrina cristã, legaram-nos um exemplo singular de como os pastores devem proceder. Ao contrário dos acadêmicos que, encerrando-se em suas clausuras, se esquecem da teologia prática, eles colocavam na prática o que a verdadeira teologia recomenda: o amor às ovelhas de nosso Senhor Jesus Cristo.
Além de seu labor teológico, Orígenes punha-se a instruir o rebanho do Senhor; compreendia que aconselhar era também fazer teologia. Ambrósio, além dos hinos e instruções doutrinárias, entregava-se à edificação dos conversos. E, assim, edificou o caráter de Agostinho. E este não se limitava a escrever obras como a admirável Cidade de Deus; santificava-se a ensinar os que para lá se dirigiam.
E João Crisóstomo? Por que era tido como a boca de ouro do Cristianismo? Se por um lado sobressaía-se, no púlpito, a defender as grandes verdades das Sagradas Escrituras; por outro, no recôndito de seu ministério, onde somente Deus podia contemplá-lo, elaborava solidários conselhos a ouvidos relegados ao abandono.
Martinho Lutero não era um herói apenas diante dos que oprimiam a Igreja de Cristo. No silêncio de seu ofício, era um titã na obra do catecumenato.
O que diremos de Calvino? O autor das Institutas da Religião Cristã mostrou, desde o início de sua obra, um redobrado zelo com o aconselhamento pastoral. E, dispensando um zelo incomum pelas almas que sequer podiam discernir a mão direita da esquerda, ele transformou a cidade suíça de Genebra numa metrópole exemplar; depois de quinhentos de anos de reforma, esta ainda exubera civilização e cultura.
No século XVIII, quando a Reforma Protestante perdia terreno na Inglaterra, Deus levanta um homem que, além das lides acadêmicas, muito se dedicou ao aconselhamento pastoral. Contam seus biógrafos que John Wesley montava em seu cavalo e, com a determinação de um cruzado, saía a confirmar as ovelhas do Senhor. Era um trabalho difícil, penoso e sacrifical. Seus conselhos, entretanto, frutificaram toda uma geração.
Os grandes teólogos americanos jamais deixaram de lado o ministério do aconselhamento. Jonathan Edwards e Charles Finney, além de erigirem grandes monumentos à doutrina cristã, legaram-nos um exemplo singular de como os pastores devem proceder. Ao contrário dos acadêmicos que, encerrando-se em suas clausuras, se esquecem da teologia prática, eles colocavam na prática o que a verdadeira teologia recomenda: o amor às ovelhas de nosso Senhor Jesus Cristo.
V. O CONSELHEIRO NA ATUALIDADE
Infelizmente, o aconselhamento pastoral, a partir do século XX, foi tomado por um psicologismo doentio, irresponsável e antibíblico. Recorrendo à falsa psicologia, alguns pastores intentaram resolver o problema de suas ovelhas, utilizando-se das técnicas de Sigmund Freud e Carl Jung. Destes, alguns se fizeram subservientes. Em vez do gabinete pastoral, o consultório. Em vez da ministração dos meios da graça, o divã. Em lugar da obra regeneradora do Espírito Santo, a hipnose. Substituindo a Palavra de Deus, os compêndios desses sábios que, hoje, já começam a ser seriamente questionados pela mesma comunidade acadêmica que um dia os aplaudiu.
Insurgiram-se contra o psicologismo no aconselhamento pastoral dois teólogos bastante conceituados nos Estados Unidos: Jay Adams e John MacArtur Jr. Ambos são de opinião (e com eles concordo plenamente) que a psicologia secular, tendo em vista seus fundamentos humanistas e anticristãos, jamais poderá adequar-se às necessidades do verdadeiro aconselhamento bíblico, pois este tem como alicerce: 1) a soberania da Bíblia Sagrada; 2) a regeneração em Cristo; 3) o amor a Deus e ao próximo; 4) o andar segundo a vontade de Deus; 5) a responsabilidade pessoal; 6) o pecado como a causa de todos os males que atormentam o ser humano; e 7) a existência das penalidades eternas.
CONCLUSÃO
Quem não se entusiasma em ouvir os chamados pregadores de multidões? Esses abençoados servos de Deus vêm divulgando massivamente o evangelho de Cristo, mostrando ser a mensagem da cruz simplesmente irresistível.
No entanto, quem haverá de observar o conselheiro pastoral que, no anonimato de seu gabinete, reconstrói vidas que, mais adiante, reconstruirão outras vidas? Tenho certeza de que Billy Grahan tornou-se uma personalidade pública porque alguém, em particular, falou-lhe dos mistérios de Deus.
Conselheiro, o seu ministério é mui importante. Sem ele, eu não estaria escrevendo este livro, nem incentivando-o a prosseguir num mister tão glorioso.
Insurgiram-se contra o psicologismo no aconselhamento pastoral dois teólogos bastante conceituados nos Estados Unidos: Jay Adams e John MacArtur Jr. Ambos são de opinião (e com eles concordo plenamente) que a psicologia secular, tendo em vista seus fundamentos humanistas e anticristãos, jamais poderá adequar-se às necessidades do verdadeiro aconselhamento bíblico, pois este tem como alicerce: 1) a soberania da Bíblia Sagrada; 2) a regeneração em Cristo; 3) o amor a Deus e ao próximo; 4) o andar segundo a vontade de Deus; 5) a responsabilidade pessoal; 6) o pecado como a causa de todos os males que atormentam o ser humano; e 7) a existência das penalidades eternas.
CONCLUSÃO
Quem não se entusiasma em ouvir os chamados pregadores de multidões? Esses abençoados servos de Deus vêm divulgando massivamente o evangelho de Cristo, mostrando ser a mensagem da cruz simplesmente irresistível.
No entanto, quem haverá de observar o conselheiro pastoral que, no anonimato de seu gabinete, reconstrói vidas que, mais adiante, reconstruirão outras vidas? Tenho certeza de que Billy Grahan tornou-se uma personalidade pública porque alguém, em particular, falou-lhe dos mistérios de Deus.
Conselheiro, o seu ministério é mui importante. Sem ele, eu não estaria escrevendo este livro, nem incentivando-o a prosseguir num mister tão glorioso.
| Autor: Pr Claudionor de Andrade | Divulgação: EstudosGospel.Com.BR |