No sofrimento imenso, ainda me amou


Jesus foi levado ao Calvário apressadamente em meio a zombarias e gritos de insulto da multidão. Imagine a cena... que injustiça... puseram sobre os ombros feridos a cruz destinada a Barrabás. Nem a cruz era d'Ele.

Os dois ladrões que também seriam crucificados com Jesus receberam a sua cruz. Imagino se já no caminho os ladrões “puderam” observar a reação de Jesus ao receber o madeiro e pelo caminho todo...

O peso do madeiro era mais do que o Salvador podia suportar, estava exausto e sofria. Andou apenas alguns passos e caiu desmaiado sob o peso da cruz. Quando voltou a Si, a cruz foi outra vez colocada sobre Seus ombros. Cambaleou mais alguns passos e outra vez caiu sem sentidos.

Seus executores viram que seria impossível a Ele carregar aquele peso além de suas forças e ficaram indecisos sem saber quem deveria levar aquele peso humilhante. Vinha casualmente ao encontro deles, Simão um cireneu, a quem obrigaram a levar a cruz até o Calvário. Este homem teve a oportunidade de sentir um pouco do peso da cruz de Cristo (material). Os filhos de Simão eram discípulos de Jesus, mas ele mesmo não tinha aceitado a Cristo como seu Salvador. Vêem como as crianças trazem os pais aos pés da cruz?

Mais tarde, Simão sentiu-se sempre grato pelo privilégio de carregar a cruz do Redentor. O peso que foi obrigado a levar tornou-se um meio para sua conversão. Os eventos do Calvário e as palavras que ouviu Jesus pronunciar levaram-no a aceitar Jesus como o Filho de Deus.

Chegando ao lugar da crucifixão, os condenados foram amarrados aos instrumentos de dor. Os dois ladrões reagiram contra os que tentavam crucificá-los; o Salvador, porém, não ofereceu resistência. Como ovelha muda foi levado ao matadouro.

Vamos juntos agora pensar em Maria mãe de Jesus... Não me imagino no lugar dela, que O havia seguido naquela terrível jornada até o Calvário. Ao vê-Lo sucumbir exausto ao peso da cruz, seu coração ansiava por ajudá-Lo, mas esse privilégio lhe foi negado. O que poderia ela fazer? A cada passo daquele caminho tão sofrido, desejava que seu filho manifestasse o poder divino para livrar-se da turba assassina e agora que o drama chegava ao seu ato final, vendo ela como os ladrões eram pendurados na cruz, que suspense e angústia sentiu na alma! imagino que se questionava em algo como... devia Aquele que havia ressuscitado os mortos entregar-Se para ser crucificado? O Filho de Deus consentiria que Lhe dessem morte tão cruel? Devia ela renunciar à crença de que Ele era de fato o Messias? Estava a morrer! Ela viu também Suas mãos serem estendidas no madeiro - aquelas mãos que sempre se estenderam para abençoar os sofredores que contraste!!!! Mãos que fizeram somente o bem... agora pregadas no madeiro... mas até naquela situação extrema, Jesus fez o bem... cravos e martelo foram trazidos e, quando os pregos perfuraram as suas mãos, era crueldade demais para uma mãe suportar... O Salvador não soltou um gemido sequer. De Seu rosto pálido e sereno, o suor corria fartamente.

Os discípulos tinham fugido da cena tão pavorosa e deixaram o Cordeiro de Deus ser imolado sozinho... Onde eu estaria se estivesse lá? . O lagar, Eu o pisei sozinho, e dos povos nenhum homem se achava comigo. Como já profetizava Isaías em seu livro Isa. 63:3.

Enquanto os soldados faziam sua obra, imagino que a mente de Jesus desviou-se de Seus próprios sofrimentos (desconectou-se dali) para se concentrar na terrível recompensa que aguardava os Seus perseguidores e aqui peço que pare um pouco e pense quando você sofre, qual a tua reação? Fechar-se em seu sofrimento, praguejar, revoltar-se, xingar, ou volver seu olhar para algo bom e melhor? Para alguém necessitado....

Tendo piedade de sua ignorância, o Cordeiro de Deus orou: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Luc. 23:34.

Naquele sofrimento, AINDA NOS AMAVA E QUERIA O NOSSO BEM... Assim, Cristo conquistou o direito de tornar-Se o intercessor entre os homens e Deus. Essa oração abrangia o mundo todo, incluindo cada pecador que existiu ou que viria a existir, desde o princípio até a consumação do século.

Toda vez que pecamos, Cristo é ferido outra vez. Por nós, Ele ergue as mãos feridas diante do trono do Pai e diz: Perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Luc. 23:34. E quantas vezes o Senhor tem intercedido por você e por mim? Porque agimos, pensamos de modo errado, em desacordo com a vontade do Pai...

Oh Senhor tenha piedade de nós, pois não sabemos o que fazemos...

Se meditássemos diariamente no tamanho da dor e do sacrifício de Jesus, nossas atitudes seriam outras...

Autor: Célia Regina Ferrare