Examinar a si Mesmo


Os homens usam todos os tipos de evidências para provar que são fiéis servos do Senhor. Alguns apresentam suas carteirinhas para mostrar que são membros fieis com cargos oficiais numa igreja. Outros orgulhosamente afirmam sua fidelidade porque pertencem a alguma grande e respeitada denominação. Muitos creem nos seus sentimentos, dizendo que sabem que estão salvos por causa de alguma experiência pessoal. Em sua autoconfiança, estas pessoas podem ficar ofendidas se você questionar a salvação delas. Como você reage se alguém desafia sua fidelidade ao Senhor? Você fica irritado, asseverando veementemente que ninguém tem direito de questionar se você é um filho fiel de Deus?

Paulo, um apóstolo de Cristo e autor de quase a metade dos livros do Novo Testamento, desafiava a fidelidade de outras pessoas. Ele julgava os vários erros na igreja de Corinto, e dizia que voltaria para ver se eles tinham corrigido seus problemas (2 Coríntios 12:14 - 13:2). Mas Paulo avançou mais um passo. Ele ordenou claramente a estes irmãos que se julgassem: “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados” (2 Coríntios 13:5).

Como podemos julgar-nos? Especialmente no contexto religioso, a maneira mais comum de autojulgamento é por comparação aos outros, e quase sempre a pessoas consideradas inferiores. Jesus falou deste problema numa parábola sobre as orações de dois homens. Os fariseus foram pessoas religiosas, e os publicanos geralmente foram desprezados por sua corrupção. Considere este ensinamento de Jesus:

“Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado” (Lucas 18:9-14).

Sempre será possível encontrar alguém que faz pior do que nós, mas os outros homens, e especialmente os fracassados, não devem servir como padrão de julgamento para ninguém.

Precisamos comparar nossas ações com as instruções dadas por Deus. Podemos estar confiantes em nossa comunhão com Deus somente se formos obedientes: “Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos” (1 João 2:3).

E quando alguém questiona minha salvação, como devo eu reagir? A opinião daquela pessoa não determina a minha salvação ou condenação, mas ela pode me alertar sobre alguma falta na minha conduta diante do Senhor. Devo pesquisar as Escrituras para determinar se aquela pessoa está dizendo a verdade. O povo de Bereia foi elogiado porque “receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim” (Atos 17:11). Devo mostrar a mesma humildade e diligência na busca da vontade de Deus. Mas, conhecimento sem aplicação na vida não resolve as minhas necessidades espirituais. É necessário aplicar em minha vida o ensinamento da Bíblia; preciso ser praticante, e não apenas ouvinte da palavra (Tiago 1:21-25).

Você fica ofendido quando alguém questiona sua relação com o Senhor? “O caminho do insensato aos seu próprios olhos parece reto, mas o sábio dá ouvidos aos conselhos” (Provérbios 12:15).

| Autor: Dennis Allan | Divulgação: estudosgospel.com.br |