As Dez Marcas de Jesus Que Devemos Trazer em Nosso Corpo

“Desde agora, ninguém me inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus”. (Gl 6.17)

Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus. A Paz do Senhor!
 
Os legalistas religiosos judeus que perseguiam o apóstolo Paulo, gloriavam-se com a marca da circuncisão, seus rituais e cerimônias religiosas; Paulo gloriava-se tão somente na Cruz do nosso Senhor Jesus Cristo, nas marcas de Jesus em sua vida.

A palavra grega para “marcas” é stigmata, donde surge a nossa palavra estigma.

Os homens da idade média acreditavam que essas marcas eram cicatrizes das mãos, dos pés e do lado de Jesus, e através de uma profunda identificação de Paulo com Cristo elas haviam aparecido no corpo do apóstolo.
 
Entretanto, é muito pouco provável que as marcas de Jesus que Paulo levava fossem desse tipo.

No grego secular essa palavra relaciona-se com o verbo stizo, “ferrar”, “marcar com um instrumento pontiagudo”, e, quando se aplica a carne de homens e animais , “ferretear”, “tatuar”. Usava-se para a marcação de um escravo ou um criminoso.

Creio com isso que Paulo não estava querendo dizer que tinha o seu corpo tatuado com um símbolo cristão, como a cruz, ou o nome de Jesus.

Em 2 Co 11.23-25 Paulo conta-nos dos sofrimentos enfrentados: açoites, apedrejamento, naufrágios, prisões.
 
Os ferimentos que seus perseguidores lhe infligiram e as cicatrizes que ficaram estas eram as marcas de Jesus. É possível que, neste texto, ele estivesse afirmando que a perseguição e não a circuncisão era a autêntica tatuagem cristã.

“como judeu, ele tinha em seu corpo a marca que os judaizantes enfatizavam; mas também tinha outras marcas, provando que pertencia a Jesus Cristo, não ao povo Judeu. Ele não havia evitado a perseguição por causa da cruz de Cristo.

Pelo contrário, carregava em seu corpo ferimentos que o marcavam como verdadeiro escravo, um devoto fiel de Jesus Cristo”. Deste modo, o apóstolo está pensando metaforicamente no distintivo de Jesus sobre ele, o escravo do Senhor.

( Fp 3.3) “Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne”.

Sua ênfase está não num rito exterior e físico como o da circuncisão, mas nas evidências internas que nos confirma como verdadeiros cristãos.
 
Vivemos em um mundo caído, onde a falta de amor e compaixão são os principais motivos dessas marcas surgirem cada vez maiores dentro de nós, nos machucando, e de uma forma contundente, nos aproximando mais de Deus, apesar das marcas.

Quando o apóstolo Paulo disse esta frase: “Quanto ao mais, ninguém me moleste; porque eu trago no corpo as marcas de Jesus.”, acredito ele queria dizer que toda a glória vem da Cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para ele, e ele para o mundo.

O que podemos acrescentar de bom desse mundo para as nossas vidas? Nada, somente marcas! Nesse mundo o que realmente conseguiremos são cicatrizes com marcas profundas.

“Trago no meu corpo as marcas de Jesus”. Que marcas são estas? Vejamos agora “As dez marcas de Jesus que devemos trazer em nosso corpo”
 

1 . Amor.

a) Deus é amor – Ele nos ama com amor eterno. “Aquele que se une ao Senhor é um espírito com Ele”. Estou unido com Ele, portanto, tenho a marca do amor ágape (1 Jo 4.7-8; Jr 31.3; 1 Co 6.17).

b) Jesus é a manifestação do amor de Deus a nós, portanto, devemos amá-lo sem medo de nos relacionarmos com Ele (Jo 3.16; 1 Jo 4.9,18; Rm 5.8).

c) O amor é a grande marca de Jesus, e deve ser a maior marca de seus discípulos (Jo 15.12-13; 13.34-35; Mc 12.30, 31).

d) Tudo o que fazemos só tem valor se for motivado por amor a Deus e amor às pessoas, assim foi a vida de Paulo (1 Co 13.1-3).
 
e) As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará; o amor jamais acabará (1 Co 13.8).

f) O amor é maior do que a fé e a esperança (1 Co 13.13). Então, o amor deve ser a nossa maior marca como discípulos de Jesus.

g) O grande mandamento é amarmos a Deus de todo o nosso coração, com toda a nossa alma, de todo o entendimento e com todas as forças, e amarmos o nosso próximo (Mc 12.30-31).
 

2 . Humildade.

a) Jesus é o nosso grande modelo de humildade. Ele foi o único que pôde dizer: “Eu sou humilde de coração” (Mt 11.29; Fp 2.5-8).

b) Humildade é uma decisão da vontade, devemos tomar a decisão de vivermos com humildade – “... a si mesmo se humilhou...” (Fp 2.8; Lc 18.14).
 
c) A humildade precede a honra (Pv 15.33).
 
d) Bem-aventurados os humildes, deles é o reino dos céus (Mt 5.3).

e) Humildade é a outra grande marca do Senhor Jesus Cristo, Ele demonstrou humildade em todos os momentos, inclusive lavando os pés dos apóstolos (Jo 13.1-15).

f) Jesus foi humilde, Paulo foi humilde, vemos então que a humildade deve ser uma grande marca dos discípulos de Jesus – “Deus resiste aos soberbos, porém, da graça aos humildes” (Tg 4.6).
 

3 . Obediência

a) Jesus foi obediente ao Pai em tudo (Fp 2.5-8).

b) Jesus desceu do céu não para fazer a sua própria vontade, mas a vontade do Pai que o enviou (Jo 6.38).

c) Jesus foi completamente obediente e submisso à vontade do Pai (Jo 5.19; 8.28-29).

d) Jesus foi obediente até a morte e morte na Cruz para nos salvar (Lc 22.39-42; Fp 2.8).

e) A obediência foi uma das marcas do Senhor Jesus, do apóstolo Paulo e deve ser a nossa marca como discípulos.
 

4 . ORAÇÃO.

a) Jesus viveu intensamente em oração, Ele só começou o seu ministério após 40 dias de jejum e oração (Mt 4.1-11).

b) Ele orou após o seu batismo e o céu se abriu. Orou e multiplicou os pães e peixes. Orou e ressuscitou a Lázaro (Lc 3.21-22; Mt 14.13-21; Jo 11.41-44).

c) Antes de escolher os seus apóstolos, Jesus passou a noite toda orando a Deus ( Lc 6.12-16).

d) Jesus teve uma vida de muita oração, Ele começou o seu ministério orando, orou no exercício do seu ministério, e encerrou o seu ministério orando (Jo 17.1-26; Mt 26.39-46; Lc 23.34-46).

e) A oração foi uma grande marca da vida do Senhor Jesus; foi uma marca na vida do apóstolo Paulo, e deve ser a grande marca de nossa vida, devemos orar sempre (Lc 18.1; Ef 6.18; 1 Ts 5.17).
 

5 . Evangelização.

a) O ministério de Jesus foi direcionado para a evangelização. Ele percorria todas as cidades e povoados, ensinando, pregando o evangelho e curando as pessoas (Mt 4.23; 9.35).

b) Ele nos mandou ir pelas ruas e becos da cidade, pelos caminhos e valados, forçar todos a entrar para que a casa do Senhor fique cheia (Lc 14.22-23).

c) Jesus nos deu a grande comissão de fazer discípulos de todas as nações, e ensiná-los a obedecer todas as coisas que Ele nos ensinou... (Mt 28.18-20).

d) O poder do Espírito Santo é para sermos testemunhas de Jesus em Marília, São Paulo, Brasil e em todas as nações (At 1.8).

e) A missão que Jesus começou agora é a nossa missão, então, devemos ir em seu nome e ganharmos muitas almas para Deus. Evangelização deve ser também a nossa marca (Jo 20.21).
 

6 .Conversão

Esta é a primeira marca que o crente deverá evidenciar, seja ele que crente for. Quer seja pobre ou rico, bem formado ou analfabeto, ou tenha ele ou não responsabilidade na igreja.

Conversão não é apenas a crença e aceitação da fé no Senhor Jesus, mas implica numa mudança na sua vida e no seu pensamento.

Também não importa se somos muito religiosos e acreditamos em Deus.

Todos nós conhecemos bem a história de Nicodemos. Apesar de ser homem muito religioso e pertencer à mais alta corte dos religiosos em Israel, Jesus teve de lhe dizer: “Tens de nascer de novo”.
 
Muitos são simplesmente religiosos como Nicodemos, mas não tem uma experiência pessoal com Jesus, não o recebendo ainda no coração podendo dizer: “Ele me salvou! Agora lhe pertenço e quando morrer irei estar com Ele eternamente”

Se alguém diz que é crente em Jesus e não tem esta marca, que é uma fé firme de que Jesus o salvou ao morrer na cruz do calvário, e de que isso transformou a sua vida, tendo passado a ser uma nova criatura, então esse tal ainda não é um filho de Deus.
 

7 . Consagração

Esta é outra das marcas que demonstra que pertencemos ao Senhor, a consagração.

No A.T. quando algo era consagrado ao Senhor, significava que isso pertencia ao Senhor e só podia ser usado em Seu benefício.

A igreja tem vindo a perder o impacto no mundo devido aos crentes serem cada vez menos consagrados.

A igreja primitiva teve aquele grande impacto que nós lemos no livro de Actos dos Apóstolos, porque aqueles crentes eram consagrados ao Senhor.

Se nós hoje fazemos o que os outros também fazem, e vamos aos mesmos lugares onde eles vão, eles não conseguem ver em nós alguma marca de Jesus que nos distinga deles e por isso não nos levam a sério, nem as palavra que possamos dizer.
 
Aquilo que tem maior força e influência nos descrentes para que venham a crer em Jesus, não é o que dissermos, mas mais o que fazemos.

Gandhi, o mais famoso líder que existiu na Índia certa vez disse: “Eu seria cristão hoje, se não fosse o péssimo exemplo dos cristãos de ontem”

A Índia é um dos países mais populosos do mundo, onde a maioria está mergulhada na mais profunda das trevas e idolatria. O que seria se no tempo de Gandhi ele tivesse encontrado cristãos verdadeiramente consagrados?

Certamente que a Índia hoje seria muito diferente.

O mundo pode mudar para melhor se cada um de nós for mais Consagrado ao Senhor.
 

8. Perseverança

É cada vez mais difícil encontrar nos crentes a marca da perseverança.

Muitos fogem de um compromisso sério com Deus.

Eles vão à igreja, mas se tiverem ou sobrar tempo para isso. Quando não existir outra coisa para fazer ou outro lugar aonde ir.

Hoje se falta à igreja pelas mais simples das razões. Não existe uma verdadeira perseverança.

Sem esta marca o nosso testemunho não será eficaz, e isto é uma prática que não agrada a Deus.

Numa certa igreja havia um jovem crente que era completamente surdo, mas ele ia a todos os cultos.
 
Certo dia alguém lhe perguntou descabidamente, porque vens a todos os cultos se não ouves uma sequer palavra?

O jovem respondeu muito bem e claramente: É verdade, não ouço uma palavra nem uma só nota musical, mas venho aqui para mostrar a todos de que lado eu estou. Que estou do lado de Jesus e não do lado do diabo.

Quando nós ficamos em casa (não sendo por motivos de força maior) ficamos de que lado? É muito importante virmos à igreja, ainda que por vezes possamos pensar que não valeu ou vai valer muito a pena.

Uma coisa estamos a fazer. Mostrar perseverança, ajudar outros que lá estarão e mostrando ao mundo de que lado nós estamos.
 

9 . A Marca da Conversão.

“As Escrituras nos ensinam não somente que a regeneração é essencial em todo conversão, mas também que toda regeneração é invariavelmente acompanhada pela conversão responsável e inteligente da alma a regeneração é uma obra divina, uma obra que transforma o coração do homem, por meio da soberana vontade de Deus; enquanto a conversão é a atitude de uma pessoa em voltar-se para Deus, tendo uma nova inclinação outorgada ao seu coração”.

A conversão é o lado humano da mudança espiritual que se opera no homem, a qual, vista do lado divino, nós chamamos de regeneração.

Nela há dois elementos. O primeiro deles é negativo e é chamado de arrependimento, constituído de tristeza que sente o pecador pelo seu estado de miséria e da resolução de abandonar o pecado.
 
O segundo é positivo, chamado de fé, que é a resolução do pecador de voltar-se para Cristo. Portanto a conversão envolve fé e arrependimento. Certo estudioso afirmou que “a conversão é tanto um evento como um processo.

Significa a atuação do Espírito Santo sobre nós, por meio do qual somos movidos a responder a Jesus mediante a fé.

Inclui também a obra contínua do Espírito Santo dentro de nós, purificando-nos e remodelando a imagem de Cristo”.
 
A prova de que a nova vida realmente começou precisa ser buscada na conduta diária da pessoa. Paulo exorta-nos “Desenvolvei a vossa salvação”. Temos nós apresentado em nosso viver a marca da conversão? Há evidências claras da graça de Deus operada em nós?
 

10. A Marca do Sofrimento.

“a dor e o sofrimento são resultantes da hostilidade do mundo aos crentes e assim, seriam algo normal; alguma coisa que os crentes devem esperar acontecer em suas vidas”.

Ainda que não gostemos de admitir, é algo que deve ser dito: o sofrimento faz parte da própria natureza da nossa vida com Cristo aqui neste mundo.

O Senhor mesmo declarou isto: “No mundo tereis aflições”; e referiu-se ao discipulado como “lançar mão no arado”, “tomar a cruz”, “negar a si mesmo”. Não devemos nos desanimar se nosso cristianismo não é popular e se poucos concordam conosco. “Estreita é a porta, e apertado o caminho e são poucos os que acertam por ela” (Mt 7.14).
 
Paulo enfrentou grandes tribulações, como já mencionamos, e ele comissionou Timóteo aos crentes de Tessalônica dizendo: “... a fim de que ninguém se inquiete com estas tribulações. Porque vós mesmos sabeis que estamos designados para isto”.
 
A Bíblia afirma que estamos crucificados com Cristo, o que nos identifica com o seu sofrimento e sua morte, ou como diz o apóstolo Pedro somos co-participantes dos sofrimentos de Cristo. Contudo, do mesmo modo que com Ele sofremos, também com Ele seremos consolados. “Se com Ele (Cristo) sofremos, também com Ele seremos glorificados” (Rm 8.17).

Paulo nos lembra que estas aflições sãos leves e temporárias em comparação com a glória eterna vindoura. Houve um missionário que resolveu colocar sua vida no altar de Deus. Trabalhou entre os índios da América do Norte.

Seu nome: David Brainard. Ele calculou o preço de seguir a Cristo e deliberadamente fez uma escolha significava separar-se do mundo civilizado, com suas vantagens, e associar-se à dureza, ao trabalho e, possivelmente, a uma morte prematura. Morreu aos 29 anos devido a sua fragilidade física e aos rigores do campo missionário, ele contraiu tuberculose.
 
Certo biógrafo escreveu: “Ele foi como uma vela que na medida em que se consumia, transmitia luz àqueles que estavam em trevas” (Testemunho extraído da Revista Fé para Hoje).

Senhor Jesus, somos teus pés andando em todos os lugares; somos tuas mãos curando e abençoando; somos teus olhos a procura dos aflitos; somos tua boca proclamando o reino de Deus.

Como discípulos de Jesus, devemos ter em nós as marcas de nosso Senhor e Mestre, e assim, glorificarmos a Deus o nosso Pai, então podemos afirmar como Paulo: “Trago no meu corpo as marcas de Jesus”.
 
Que o Senhor nos ajude a manter estas dez marcas em nossas vidas espirituais para a glória do nome do Senhor Jesus, amém!
 
|  Autor: Jânio Santos de Oliveira  |  Divulgação: estudosgospel.com.br |