A Apostasia no Reino de Israel
Texto Básico: 1Reis 16:29-34
“E sucedeu que (como se fora coisa leve andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate), ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi, e serviu a Baal, e se encurvou diante dele” (1Rs 16:31).
A apostasia é obra do maligno, e como tudo que é obra do maligno começa de forma sorrateira, quase que imperceptível, dentro de uma ou outra atitude que, embora seja contrária à Palavra de Deus, é tida como aceitável e plenamente justificável. A apostasia é, sobretudo, um fenômeno interno, um ato de rebeldia que vem do profundo do ser humano e que, por isso, não é perceptível à primeira vista. Como nos diz o Senhor por boca do profeta Ezequiel, o primeiro sinal da apostasia é interno, pois se trata de “levantar ídolos no coração” (Ez 14:3,4). É algo que não é percebido pelo homem, já que só Deus conhece o coração do homem (1Sm 16:7).
No Antigo Testamento a apostasia era considerada adultério espiritual. Israel era chamado de “esposa de Jeová”. Sempre que Israel seguia a outros deuses, ou se curvava diante de ídolos, era acusado de apostasia. Esta foi, inclusive, a causa principal do cativeiro babilônico.
Satanás, aquele “querubim ungido”, descrito em Ezequiel 28:13-17 e Isaias 14:12-15, tinha plena consciência e premeditou sua rebelião contra Deus. Ele não é apenas um apóstata, é também o pai da apostasia.
O pecado da Apostasia, normalmente, resulta como consequência da prática continuada de outros pecados. Foi assim com o Rei Saul, foi assim com Judas, foi, também assim, com Israel, no deserto, quando de sua jornada rumo à Canaã. O Senhor Deus não abandonou Israel no primeiro pecado de murmuração, na primeira rebeldia ou no primeiro pecado de idolatria. Mas, a prática continuada destes pecados resultou em juízo divino contra Israel.
Israel conhecia Deus e tinha experiência com Ele. Esta é uma condição básica para que alguém possa conhecer o pecado da Apostasia. O apóstata tem que tomar sua decisão de forma consciente e premeditada. Apesar de tudo que Israel viu Deus fazer no Egito e em dois anos no deserto, mesmo assim Israel persistiu sendo rebelde, desobediente, duro de coração, incrédulo. Assim, em Cades Barnéia, no deserto de Parã, o cálice da ira de Deus se encheu, diante de mais uma provocação – “E disse Deus a Moisés: até quando me provocará este povo? E até quando me não crerão por todos os sinais que fiz no meu deles? Com pestilência o ferirei, e o rejeitarei…”. Agora, não havia mais a possibilidade de um acordo.A apostasia estava consumada!
Assim, baseado no que aconteceu com Israel, que, pela prática do pecado continuado, sem arrependimento real e sincero, acabou praticando o pecado da apostasia, também estamos sujeitos a cometer aquele mesmo erro. Este é um risco que corre o crente desviado, e todos aqueles que têm um pé no mundo e outro na igreja. Está escrito: “O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz será quebrantado de repente sem que haja cura” (Pv 29:1).
2. Apostasia no reino de Israel. As palavras: “tu e a casa de teu pai” (1Rs 18:18), não apenas denunciam a apostasia instaurada no reino do norte, mas também revelam que ela possuía uma tradição histórica. Muitos anos antes dos ministérios proféticos de Elias e Eliseu, Israel havia alcançado a estrutura de uma grande nação com o reinado de Davi (1024-965 a.C). Davi foi um grande estadista e graças à sua piedade religiosa e sua extraordinária capacidade político administrativa, conseguiu unificar o fragilizado estado hebreu. Nos dias de Davi, portanto, havia uma só terra, um só povo, um só Deus, um só Templo e uma só Lei.
Após o reinado de Davi, reinou em Israel, ainda unificado, o seu filho Salomão. Foi neste reinado que a apostasia fincou raízes; que cresceu durante o reinado de Jeroboão (reino do Norte – 10 tribos), e que se generalizou superlativamente no reinado de Acabe. É exatamente durante o reinado de Acabe que a apostasia ameaça suplantar totalmente a adoração ao Deus verdadeiro e é nesse período que surge Elias, um dos maiores profetas da história bíblica. Os estudiosos estão de acordo em dizer que pela primeira vez a verdadeira fé no Deus vivo corria real perigo.
Desde a morte de Jeroboão até o aparecimento de Elias perante Acabe, o povo de Israel experimentou grande declínio espiritual. Governado por homens que não temiam a Jeová e que encorajavam formas estranhas de culto, a maioria das pessoas rapidamente perdeu de vista seu dever de servir ao Deus vivo, e adotou muitas das práticas da idolatria.
Nadabe, filho de Jeroboão, ocupou o trono de Israel apenas por alguns meses. Sua carreira maléfica foi subitamente interrompida por uma conspiração encabeçada por Baasa, um de seus generais, para obter o controle do governo. Nadabe foi morto, com toda a sua descendência na linhagem da sucessão, “conforme a palavra do Senhor que dissera pelo ministério de seu servo Aías, o silonita; por causa dos pecados de Jeroboão, o qual pecou, e fez pecar a Israel“(1Rs 15:29,30). Assim pereceu a casa de Jeroboão. O culto idólatra introduzido por ele tinha levado sobre os culpados ofensores os juízos retributivos do Céu; e a despeito disso, os reis que se seguiram – Baasa, Elá, Zinri e Onri – durante o período de aproximadamente quarenta anos, continuaram no mesmo curso fatal de perversidade.
Durante a maior parte deste período de apostasia em Israel, o rei Asa reinava no reino de Judá. No início de seu reinado, Asa confiou no Senhor e ele foi vitorioso em vários conflitos. Todavia, o longo relato do fiel serviço de Asa foi mareado por alguns erros, cometidos nas vezes em que ele deixou de pôr sua confiança inteiramente em Deus.
Dois anos antes da morte de Asa, Acabe começou a reinar em Israel. Seu reinado foi marcado desde o início por uma estranha e terrível apostasia. Seu pai, Onri, o fundador de Samaria, tinha feito “o que parecia mal aos olhos do Senhor; e fez pior do que todos quantos foram antes dele” (1Rs 16:25); mas, os pecados de Acabe foram ainda maiores. Ele “fez muito mais para irritar o Senhor Deus de Israel do que todos os reis de Israel que foram antes dele“, agindo “como se fora coisa leve andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate” (1Rs 16:33,31). Não contente com encorajar as formas de adoração seguidas em Betel e Dã, ousadamente levou o povo a grosseiro paganismo, substituindo o culto de Jeová pelo de Baal.
Tomando por esposa a Jezabel, “filha de Etbaal, rei dos sidônios”, e sumo sacerdote de Baal, Acabe “serviu a Baal, e se encurvou diante dele. E levantou um altar a Baal, na casa de Baal que edificara em Samaria” (1Rs 16:31,32).
Acabe não somente introduziu o culto de Baal na metrópole do reino, mas sob a liderança de Jezabel construiu altares pagãos em muitos “lugares altos”, onde ao abrigo de bosques circundantes os sacerdotes e outros relacionados com esta sedutora forma de idolatria exerciam sua danosa influência, até que quase todo o Israel estava indo após Baal. “Ninguém fora como Acabe, que se vendera para fazer o que era mau aos olhos do Senhor; porque Jezabel, sua mulher, o incitava. E fez grandes abominações, seguindo os ídolos, conforme a tudo o que fizeram os amorreus, aos quais o Senhor lançou fora da sua possessão, de diante dos filhos de Israel” (1Rs 21:25,26).
Acabe era fraco em capacidade moral. Sua união por casamento com uma mulher idólatra de caráter decidido e temperamento definido, resultou em desastre tanto para ele como para a nação. Destituído de princípio, e sem nenhuma alta norma de reto proceder, seu caráter foi facilmente modelado pelo espírito determinado de Jezabel. Sua natureza egoísta era incapaz de apreciar as bênçãos de Deus a Israel e seus próprios deveres como guardião e líder do povo escolhido.
Sob a danosa influência do reinado de Acabe, Israel afastou-se do Deus vivo, e corrompeu seus caminhos perante Ele. Por muitos anos tinham estado a perder o senso de reverência e piedoso temor; e agora parecia não haver ninguém que ousasse expor a vida colocando-se abertamente em oposição à predominante blasfêmia. A escura sombra da apostasia cobria toda a terra. Imagens de Baal e Astarote estavam em todo lugar para serem vistas. Templos idólatras e bosques consagrados em que se adoravam as obras das mãos dos homens foram multiplicados. O ar estava poluído com o fumo dos sacrifícios oferecidos aos falsos deuses. Montes e vales ressoavam com o perturbado clamor de um sacerdócio pagão que sacrificava ao Sol, à Lua e às estrelas.
Pela influência de Jezabel e de seus ímpios sacerdotes, o povo fora ensinado que os ídolos que haviam sido erguidos eram divindades que regiam por seu místico poder os elementos da terra, fogo e água. Todas as dádivas do Céu – os riachos, as fontes de águas vivas, o suave orvalho, os chuveiros de águas que refrigeravam a terra e faziam que os campos produzissem com abundância – eram atribuídos ao favor de Baal e Astarote, em vez de ao Doador de toda boa dádiva e todo dom perfeito. O povo esqueceu-se de que montes e vales, rios e fontes, estão nas mãos do Deus vivo; que Ele controlava o Sol, as nuvens do céu e todos os poderes da Natureza.
Por intermédio de fiéis mensageiros, o Senhor enviou repetidas advertências ao rei apóstata e ao povo; mas vãs foram essas palavras de reprovação. Em vão os inspirados mensageiros sustentaram o direito de ser Jeová o único Deus em Israel; em vão exaltaram as leis que Ele lhes havia confiado.
Seduzidos pela suntuosa exibição e os fascinantes ritos da idolatria, o povo seguia o exemplo do rei Acabe e sua corte, e se entregava aos intoxicantes e degradantes prazeres de um culto sensual. Em sua cega loucura, preferiram rejeitar a Deus e Seu culto. A luz que lhes fora tão graciosamente concedida tornara-se em trevas.
Nunca dantes o povo escolhido de Deus caíra tão baixo na apostasia. Havia “quatrocentos e cinquenta” “profetas de Baal”, além de “quatrocentos profetas de Asera” (1Rs 18:19). Nada menos que o milagroso poder operador de Deus poderia preservar a nação de destruição total. Voluntariamente, Israel havia-se separado de Jeová; todavia, o Senhor por compaixão ainda amava aqueles que haviam sido levados ao pecado, e estava prestes a enviar-lhes um de Seus mais poderosos profetas, Elias, por cujo intermédio poderiam ser levados de volta à fidelidade ao Deus de seus pais.
Acabe era um israelita, mas não se preocupou em obedecer a lei de Deus no tocante ao casamento, e casou com uma mulher maligna, Jezabel. Esta mulher era oriunda da cidade de Tiro onde seu pai fora “sumo sacerdote” e rei (1Rs 16:31). Ela adorava Baal (Baal significa “senhor” ou “marido”. Era um deus da tempestade, uma divindade dominante da religião Cananéia. Segundo os seus adoradores, ele era considerado providencial por enviar chuvas e fertilidade à terra, semeando a vida).
Provavelmente, Onri arranjou o casamento entre seu filho Acabe e Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios. Foi sem dúvida, um casamento que selou o acordo entre os dois países. Embora as implicações políticas tenham sido omitidas do registro bíblico, o programa religioso que Jezabel promoveu pode muito bem ter sido parte desse acordo.
Certamente, o casamento de Acabe foi realizado sob um profundo desrespeito às determinações de Deus contra tais casamentos mistos. A desconsideração de Onri e de Acabe ao mandamento divino levou a uma total rebelião contra os outros mandamentos. A fim de agradar a sua esposa idólatra, Acabe construiu um templo e um altar para o falso deus Baal (1Rs 16:32), que foi ocupado pelas centenas de sacerdotes de Jezabel (1Rs 18:19); promoveu deste modo a idolatria e levou toda a nação de Israel ao pecado. Ele construiu uma espécie de símbolo de Aserá, uma indicação de que o degradante culto à fertilidade estava instalado em Samaria. De certo modo, ele aparentemente tentou permanecer fiel a Deus (1Rs 21:27-29), mas a adoração a Baal era a sua verdadeira religião. Um casamento fora da vontade de Deus pode nos conduzir para longe dEle.
Não tenha dúvida, o casamento misto é uma declarada desobediência ao mandamento de Deus (Ml 2:11). Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento não encontramos amparo para o casamento misto. Ele não é a vontade de Deus para o Seu povo (Dt 7:3,4; 2Co 6:14-17).
2. Institucionalização da idolatria. Após a divisão do reino de Israel (945 a.C.) – em Judá (reino do sul) e Israel (reino do norte) -, Jeroboão é aclamado rei em Israel. Esse rei entendeu que seu povo poderia ir a Judá para adorar ao Deus único e verdadeiro, Jeová, e voltar-se contra ele e até o matar. O rei então, ergue altares de adoração em lugares importantes em Israel, constrói dois bezerros para que o povo adorasse, um em Dã e o outro em Betel (1Rs 12:26-31). Israel então mergulha na idolatria e se afasta do Senhor por meio de um rei mau que permaneceu por 22 anos no seu reinado. Outros reis vieram após Jeroboão e deram prosseguimento a idolatria em Israel. Um desses reis foi o ímpio Acabe. Ele surgiu pouco mais de 50 anos depois Jeroboão. Diz o texto sagrado que ele não só cometeu os pecados de Jeroboão, como também casou-se com Jezabel e instituiu o culto a Baal (1Rs 18:18), tornando essa adoração como religião oficial em Israel. Era como se o Deus de Israel passasse a ser Baal e não Jeová. Sua mulher por outro lado matava os profetas de Deus (1Rs 18:13).
O Senhor, porém, reage contra a idolatria de seu povo, e prediz grande seca em Israel, através de Elias (1Rs 17), numa época em que o povo vivia um dos piores momentos de sua história, um povo eleito que conhecia os grandes feitos do Senhor, mas estava mais uma vez entregue ao pecado da idolatria.
O que levava aquele povo a se afastar tão facilmente do Senhor e seguir a outros deuses? Por que a idolatria era tão fascinante aos israelitas?
a) Porque as nações ao redor de Israel criam que a adoração a vários deuses era superior à adoração a um único Deus, ou seja, quanto mais deuses melhor. O povo de Deus sofria influência dessas nações e constantemente as imitava, ao invés de obedecer ao mandamento de Deus no sentido de se manter santo e separado delas.
b) Porque os deuses das nações vizinhas a Israel não exigiam nenhum tipo de obediência a padrões morais, como o Deus de Israel. Por exemplo, muitas das religiões pagãs incluíam imoralidade sexual religiosa no seu culto, tendo para isso prostitutas cultuais. Essa prática sem dúvida atraia muitos israelitas. Deus, por sua vez, exigia padrões morais para o seu povo, vida de consagração, adoração com reverência.
c) Porque acreditavam que os deuses da fertilidade prometiam o nascimento de filhos; os deuses do tempo (sol, lua, chuva etc.) prometiam as condições apropriadas para colheitas abundantes e os deuses da guerra prometiam proteção dos inimigos e a vitória nas batalhas. A promessa de tais benefícios fascinava os israelitas; daí, muitos se dispunham a servir aos ídolos, ou seja, aos demônios(cf Dt 32:17).
A Bíblia deixa claro que por trás de toda idolatria, há demônios, que são seres sobrenaturais controlados pelo diabo. Tanto Moisés quanto o salmista associam os falsos deuses com demônios. Veja: “Sacrifícios ofereceram aos diabos, não a Deus; aos deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco, dos quais não se estremeceram seus pais“(Dt 32:17); “E serviram os seus ídolos, que vieram a ser-lhes um laço. Demais disto, sacrificaram seus filhos e suas filhas aos demônios” (Sl 106:36-37 ).
O grande pecado de Israel em toda a sua história, desde o Egito, foi a idolatria. Mas será que nós, como igreja de Deus, estamos isentos de tal abominação? Algumas vezes, talvez nos falte o entendimento e o discernimento espiritual das coisas espirituais. Satanás tem semeado no meio do povo de Deus, muitas vezes, de uma forma sutil e discreta o principio da idolatria. Há grande semelhança entre os dias de hoje e os dias de Elias. Entre os homens de hoje e os daquela época, ou entre a igreja de hoje e o povo de Israel, as atitudes dos homens quase sempre são as mesmas. Nossas fraquezas, necessidades e desejos, que nos levam ao pecado, são os mesmos.
Idolatria não é somente adorar a imagens de escultura, mas é tudo aquilo que toma o lugar de Deus em nossa vida; é aquilo que amamos, nos dedicamos, entregamos toda a nossa atenção, intenção e tempo, em detrimento da presença de Deus em nossa vida; é aquilo que rouba a nossa adoração e comunhão com Ele. Muitas vezes, o trabalho, a faculdade, prazeres, propósitos de vida, filhos, enfim, tudo isto é bênção do Senhor, mas não podem ocupar o lugar do Senhor em nossa vida, não podem roubar a nossa adoração e o nosso tempo com Deus. Ele precisa estar no centro, mas quando todos esses fatores de nossa vida estão cheios da nossa atenção, dedicação e tempo, de maneira que não há mais tempo para orar, não há mais tempo para adorar e relacionar-se com o Pai, e ouvir a sua voz através da sua Palavra – e o problema maior é que perdemos a sensibilidade espiritual e passamos a viver assim -, então há ídolos na nossa vida.
Para muitos a religião é um grande ídolo, ao invés de aproximá-lo de Deus o distancia. Seus conceitos e doutrinas tornam-se mais importantes que o próprio Deus, como aquelas religiões que Jesus condenou por não reconhecerem que ele era o Messias. Essa é uma situação que nos cega e nos leva a viver distante da vida que o Senhor tem para todos nós. Pense nisso!
Os reis de Israel e de Judá, tanto os bons como os maus, tiveram profetas enviados pelo Senhor para aconselhá-los, confrontá-los e ajudá-los. O rei Davi teve um amigo fiel, Natã, um homem de Deus. Acabe poderia ter tido em Elias um conselheiro. Mas enquanto o primeiro escutou Natã e estava disposto a se arrepender de seus pecados, o segundo viu Elias como seu inimigo. Por quê? Pelo fato de que Elias sempre lhe trazia más notícias, e ele se recusou a reconhecer que havia sido a sua própria desobediência constante a Deus e a persistente adoração aos ídolos, não as profecias de Elias, que trouxeram o mal à sua nação. Acabe culpou Elias por trazer profecias de juízo em vez de aceitar seu conselho e mudar seus maus caminhos.
Acabe não estava disposto a tomar atitudes corretas. Além do mais, era casado com uma mulher ímpia que o impeliu à adoração aos ídolos; era um homem infantil que se remoia por vários dias caso a sua vontade não fosse feita; aceitava os conselhos de sua esposa má, escutava somente os “profetas” que lhe davam boas notícias e cercava-se de pessoas que o encorajavam a fazer o que bem quisesse. Mas, o valor do conselho não pode ser julgado pelo número de pessoas a favor ou contra. Acabe constantemente escolheu seguir a opinião da maioria daqueles que o cercavam, e isto o levou à morte.
Pode parecer agradável ter alguém que nos encoraje a fazer qualquer coisa que quisermos, porque é difícil aceitar o conselho que é contrário aos nossos desejos. Porém, as nossas decisões devem ser baseadas na qualidade de conselho, não em sua atratividade ou na opinião da maioria de nossos companheiros. Deus nos encoraja a seguir as orientações de conselheiros sábios, mas como podemos testar o conselho que recebemos? A orientação que concorda com os princípios contidos na Palavra de Deus é confiável. Devemos sempre separar o conselho dos nossos próprios desejos, da opinião da maioria, ou de qualquer coisa que pareça melhor em nossa perspectiva limitada, e pesá-lo à luz dos mandamentos de Deus. Ele nunca nos levará a fazer o que proibiu em sua Palavra – mesmo em relação aos princípios. Diferentemente de Acabe, devemos confiar nos conselheiros retos e ter a coragem de nos posicionar contra aqueles que desejam que façamos o contrário. (fonte: Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal).
2. Jezabel. A história de Jezabel encontra-se em 1Reis 16:31 a 2Reis 9:37. Seu nome é usado como um sinônimo para a grande iniquidade em Apocalipse 2:20. Ela eliminou sistematicamente os representantes de Deus em Israel. Promoveu e patrocinou a adoração a Baal. Esposa de Acabe, ocupa o lugar de esposa mais ímpia na Bíblia. A Palavra de Deus até usa seu nome como um exemplo das pessoas que rejeitam completamente o Senhor (AP 2:20,21).
Muitas mulheres pagãs casaram-se em Israel sem reconhecer o Deus que seus maridos adoravam. Estas trouxeram consigo as suas religiões. Mas nenhuma foi tão determinada quanto Jezabel para fazer com que todo os Israel adorasse os seus deuses. Para o profeta Elias, ela parecia ter tido sucesso. Ele sentiu que era o único ainda fiel a Deus até que o Senhor lhe disse que ainda existiam sete mil que não haviam se apostatado da fé. Um “sucesso” notável de Jezabel foi contribuir para a causa da queda final de Israel – a idolatria. Deus castigou as dez tribos do norte por sua idolatria e fez com que fossem levadas para o exílio.
Jezabel detinha grande poder. Ela não só controlava seu marido, Acabe, mas tinha também 850 sacerdotes pagãos sob seu controle. Estava comprometida com o seus deuses e a conseguir o que desejava. Acreditava que o rei tinha o direito de possuir qualquer coisa que quisesse. Quando Nabote se recusou a vender a sua vinha a Acabe, Jezabel cruelmente mandou matá-lo e tomou a posse da terra. O plano dela para eliminar a adoração a Deus em Israel levou a dolorosas consequências. Antes de morrer, sofreu a perda de seu marido em combate e seu filho nas mãos de Jeú, que tomou o trono à força. Ela faleceu da mesma maneira hostil e desdenhosa como viveu.
Quando vemos Jezabel e Elias, precisamos admirar a força do comprometimento de cada um. A grande diferença era com quem estavam comprometidos. Ela, consigo mesma e com seus falsos deuses; ele, com o único Deus verdadeiro. No final, o Senhor provou que Elias estava certo.
Com o que ou com quem você está mais comprometido? Como Deus avaliaria o seu comportamento? (fonte: Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal).
O povo da aliança havia abandonado o Deus vivo, criador, provedor e redentor, para se curvar diante dos ídolos pagãos. A nação de Israel era culpada de adorar aos deuses das nações pagãs a seu redor, especialmente o deus cananeu da chuva, Baal. Sempre que havia uma seca ou fome, em vez de se voltarem para o Senhor, os israelitas buscavam a ajuda de Baal (1Rs 18:19). A adoração pagã envolvia ritos sensuais de fertilidade, e para isso havia prostitutos cultuais de ambos os sexos.
A idolatria era sinônimo de prostituição tanto no sentido literal quanto no simbólico. Israel havia rompido sua aliança com Deus, quebrara seus votos de fidelidade, indo após outros deuses e se prostituindo com eles.
A idolatria de Israel era como a infidelidade conjugal. O “adultério” rompeu o laço de “casamento” de Israel com o Senhor e impossibilitou uma comunhão mútua. A idolatria anuída e supervisionada pelo casal real, Acabe e Jezabel, quase levou Israel à perda de usa identidade nacional e espiritual. Mas, Deus tinha preservado um remanescente fiel. Elias quando achava que somente ele havia permanecido fiel a Deus, foi surpreendido com a notícia de que ainda havia sete mil que não haviam dobrado seus joelhos a Baal (1Rs 19:14,18).
2. O julgamento divino. Uma religião que se desvia da verdade não agrada a Deus, ao contrário, está sob Seu juízo.
Deus ama o seu povo. Ele não desejava que Isael perdesse sua identidade espiritual e nacional. Desta feita, manda o seu profeta, Elias, para confrontar a família real idólatra e os seus seguidores. Neste contexto de degradação moral e espiritual, Elias foi o profeta extremamente necessário para o conflito entre a verdadeira religião, com seus padrões de uma vida virtuosa, e o culto a Baal com sua ênfase na devassidão. A época do profeta Elias exigia não só um grande espírito de coragem e ousadia como também de realizações maiúsculas. Deus manifestou o seu supremo poder e juízo através deste profeta em acontecimentos milagrosos que ocorreram um após o outro, a fim de derrotar as forças de Baal e de Aserá. Esse relato no faz lembrar a forma como o Senhor revelou o seu supremo poder nas pragas contra o Faraó e os deuses do Egito na época de Moisés.
Elias, na qualidade de mensageiro de Deus, pronunciou uma palavra de juízo da parte do Senhor contra a nação rebelde de Israel. Deus ia reter a chuva durante três anos e meio (cf 1Rs 17:1; Tg 5:17). Esse juízo humilhava Baal, pois seus adoradores criam que ele controlava a chuva e que era responsável pela abundancia nas colheitas.
O anúncio da seca deu início ao conflito entre Deus e Baal, que atingiu o seu clímax no Monte Carmelo. Assim que a batalha foi consolidada, Elias recebeu ordens do Senhor para se isolar no deserto durante o período da seca, e Deus milagrosamente proveu seu alimento através dos meios mais improváveis.
“E sucedeu que (como se fora coisa leve andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate), ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi, e serviu a Baal, e se encurvou diante dele” (1Rs 16:31).
INTRODUÇÃO
Nesta Aula inaugural trataremos, conforme os tópicos propostos pelo comentarista do trimestre, acerca da apostasia no reino de Israel à época do rei Acabe. Sabe-se que a história da apostasia nesse reino começo na época de Jeroboão I, filho de Nebate, logo em seguida à cisão da nação de Israel(doze tribos) em duas partes: reino de Judá (reino do Sul – duas tribos: Judá e Benjamim) e reino de Israel (reino do Norte – 10 tribos). Mas, o período mais crítico e perigoso para Israel(reino do norte) ocorreu no reinado de Acabe, filho de Onri(fundador de Samaria). Nessa época, o culto ao Deus verdadeiro foi substituído pela adoração ao deus falso Baal, trazendo como consequências uma apostasia sem precedentes e pondo em risco a identidade nacional e espiritual do povo de Deus, com o banimento do verdadeiro culto a Jeová. A perseguição àqueles que se opuseram à idolatria de Acabe e Jezabel foi ferrenha. Foi tão ferrenha que Elias pensou que só ele escapara da morte. Mas, quando achava que somente ele havia permanecido fiel a Deus, foi surpreendido com a notícia de que ainda havia sete mil que não haviam dobrado seus joelhos a Baal (1Rs 19:14,18).A apostasia é obra do maligno, e como tudo que é obra do maligno começa de forma sorrateira, quase que imperceptível, dentro de uma ou outra atitude que, embora seja contrária à Palavra de Deus, é tida como aceitável e plenamente justificável. A apostasia é, sobretudo, um fenômeno interno, um ato de rebeldia que vem do profundo do ser humano e que, por isso, não é perceptível à primeira vista. Como nos diz o Senhor por boca do profeta Ezequiel, o primeiro sinal da apostasia é interno, pois se trata de “levantar ídolos no coração” (Ez 14:3,4). É algo que não é percebido pelo homem, já que só Deus conhece o coração do homem (1Sm 16:7).
I. APOSTASIA
1. O que é apostasia. Apostasia deriva-se da expressão grega “apostásis”,que significa afastamento. Com relação à fé cristã, apostasia significa abandonar a fé cristã de forma consciente e premeditada. Então, para que haja apostasia é necessário que a pessoa tenha experimentado o novo nascimento, ou seja, que tenha certeza de sua salvação e aí, de forma consciente e deliberada, abandona a fé e passa a negar toda verdade por ela experimentada. Ninguém pode abandonar aquilo que nunca teve. Para que haja apostasia é necessário o abandono consciente e premeditado da fé.No Antigo Testamento a apostasia era considerada adultério espiritual. Israel era chamado de “esposa de Jeová”. Sempre que Israel seguia a outros deuses, ou se curvava diante de ídolos, era acusado de apostasia. Esta foi, inclusive, a causa principal do cativeiro babilônico.
Satanás, aquele “querubim ungido”, descrito em Ezequiel 28:13-17 e Isaias 14:12-15, tinha plena consciência e premeditou sua rebelião contra Deus. Ele não é apenas um apóstata, é também o pai da apostasia.
O pecado da Apostasia, normalmente, resulta como consequência da prática continuada de outros pecados. Foi assim com o Rei Saul, foi assim com Judas, foi, também assim, com Israel, no deserto, quando de sua jornada rumo à Canaã. O Senhor Deus não abandonou Israel no primeiro pecado de murmuração, na primeira rebeldia ou no primeiro pecado de idolatria. Mas, a prática continuada destes pecados resultou em juízo divino contra Israel.
Israel conhecia Deus e tinha experiência com Ele. Esta é uma condição básica para que alguém possa conhecer o pecado da Apostasia. O apóstata tem que tomar sua decisão de forma consciente e premeditada. Apesar de tudo que Israel viu Deus fazer no Egito e em dois anos no deserto, mesmo assim Israel persistiu sendo rebelde, desobediente, duro de coração, incrédulo. Assim, em Cades Barnéia, no deserto de Parã, o cálice da ira de Deus se encheu, diante de mais uma provocação – “E disse Deus a Moisés: até quando me provocará este povo? E até quando me não crerão por todos os sinais que fiz no meu deles? Com pestilência o ferirei, e o rejeitarei…”. Agora, não havia mais a possibilidade de um acordo.A apostasia estava consumada!
Assim, baseado no que aconteceu com Israel, que, pela prática do pecado continuado, sem arrependimento real e sincero, acabou praticando o pecado da apostasia, também estamos sujeitos a cometer aquele mesmo erro. Este é um risco que corre o crente desviado, e todos aqueles que têm um pé no mundo e outro na igreja. Está escrito: “O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz será quebrantado de repente sem que haja cura” (Pv 29:1).
2. Apostasia no reino de Israel. As palavras: “tu e a casa de teu pai” (1Rs 18:18), não apenas denunciam a apostasia instaurada no reino do norte, mas também revelam que ela possuía uma tradição histórica. Muitos anos antes dos ministérios proféticos de Elias e Eliseu, Israel havia alcançado a estrutura de uma grande nação com o reinado de Davi (1024-965 a.C). Davi foi um grande estadista e graças à sua piedade religiosa e sua extraordinária capacidade político administrativa, conseguiu unificar o fragilizado estado hebreu. Nos dias de Davi, portanto, havia uma só terra, um só povo, um só Deus, um só Templo e uma só Lei.
Após o reinado de Davi, reinou em Israel, ainda unificado, o seu filho Salomão. Foi neste reinado que a apostasia fincou raízes; que cresceu durante o reinado de Jeroboão (reino do Norte – 10 tribos), e que se generalizou superlativamente no reinado de Acabe. É exatamente durante o reinado de Acabe que a apostasia ameaça suplantar totalmente a adoração ao Deus verdadeiro e é nesse período que surge Elias, um dos maiores profetas da história bíblica. Os estudiosos estão de acordo em dizer que pela primeira vez a verdadeira fé no Deus vivo corria real perigo.
Desde a morte de Jeroboão até o aparecimento de Elias perante Acabe, o povo de Israel experimentou grande declínio espiritual. Governado por homens que não temiam a Jeová e que encorajavam formas estranhas de culto, a maioria das pessoas rapidamente perdeu de vista seu dever de servir ao Deus vivo, e adotou muitas das práticas da idolatria.
Nadabe, filho de Jeroboão, ocupou o trono de Israel apenas por alguns meses. Sua carreira maléfica foi subitamente interrompida por uma conspiração encabeçada por Baasa, um de seus generais, para obter o controle do governo. Nadabe foi morto, com toda a sua descendência na linhagem da sucessão, “conforme a palavra do Senhor que dissera pelo ministério de seu servo Aías, o silonita; por causa dos pecados de Jeroboão, o qual pecou, e fez pecar a Israel“(1Rs 15:29,30). Assim pereceu a casa de Jeroboão. O culto idólatra introduzido por ele tinha levado sobre os culpados ofensores os juízos retributivos do Céu; e a despeito disso, os reis que se seguiram – Baasa, Elá, Zinri e Onri – durante o período de aproximadamente quarenta anos, continuaram no mesmo curso fatal de perversidade.
Durante a maior parte deste período de apostasia em Israel, o rei Asa reinava no reino de Judá. No início de seu reinado, Asa confiou no Senhor e ele foi vitorioso em vários conflitos. Todavia, o longo relato do fiel serviço de Asa foi mareado por alguns erros, cometidos nas vezes em que ele deixou de pôr sua confiança inteiramente em Deus.
Dois anos antes da morte de Asa, Acabe começou a reinar em Israel. Seu reinado foi marcado desde o início por uma estranha e terrível apostasia. Seu pai, Onri, o fundador de Samaria, tinha feito “o que parecia mal aos olhos do Senhor; e fez pior do que todos quantos foram antes dele” (1Rs 16:25); mas, os pecados de Acabe foram ainda maiores. Ele “fez muito mais para irritar o Senhor Deus de Israel do que todos os reis de Israel que foram antes dele“, agindo “como se fora coisa leve andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate” (1Rs 16:33,31). Não contente com encorajar as formas de adoração seguidas em Betel e Dã, ousadamente levou o povo a grosseiro paganismo, substituindo o culto de Jeová pelo de Baal.
Tomando por esposa a Jezabel, “filha de Etbaal, rei dos sidônios”, e sumo sacerdote de Baal, Acabe “serviu a Baal, e se encurvou diante dele. E levantou um altar a Baal, na casa de Baal que edificara em Samaria” (1Rs 16:31,32).
Acabe não somente introduziu o culto de Baal na metrópole do reino, mas sob a liderança de Jezabel construiu altares pagãos em muitos “lugares altos”, onde ao abrigo de bosques circundantes os sacerdotes e outros relacionados com esta sedutora forma de idolatria exerciam sua danosa influência, até que quase todo o Israel estava indo após Baal. “Ninguém fora como Acabe, que se vendera para fazer o que era mau aos olhos do Senhor; porque Jezabel, sua mulher, o incitava. E fez grandes abominações, seguindo os ídolos, conforme a tudo o que fizeram os amorreus, aos quais o Senhor lançou fora da sua possessão, de diante dos filhos de Israel” (1Rs 21:25,26).
Acabe era fraco em capacidade moral. Sua união por casamento com uma mulher idólatra de caráter decidido e temperamento definido, resultou em desastre tanto para ele como para a nação. Destituído de princípio, e sem nenhuma alta norma de reto proceder, seu caráter foi facilmente modelado pelo espírito determinado de Jezabel. Sua natureza egoísta era incapaz de apreciar as bênçãos de Deus a Israel e seus próprios deveres como guardião e líder do povo escolhido.
Sob a danosa influência do reinado de Acabe, Israel afastou-se do Deus vivo, e corrompeu seus caminhos perante Ele. Por muitos anos tinham estado a perder o senso de reverência e piedoso temor; e agora parecia não haver ninguém que ousasse expor a vida colocando-se abertamente em oposição à predominante blasfêmia. A escura sombra da apostasia cobria toda a terra. Imagens de Baal e Astarote estavam em todo lugar para serem vistas. Templos idólatras e bosques consagrados em que se adoravam as obras das mãos dos homens foram multiplicados. O ar estava poluído com o fumo dos sacrifícios oferecidos aos falsos deuses. Montes e vales ressoavam com o perturbado clamor de um sacerdócio pagão que sacrificava ao Sol, à Lua e às estrelas.
Pela influência de Jezabel e de seus ímpios sacerdotes, o povo fora ensinado que os ídolos que haviam sido erguidos eram divindades que regiam por seu místico poder os elementos da terra, fogo e água. Todas as dádivas do Céu – os riachos, as fontes de águas vivas, o suave orvalho, os chuveiros de águas que refrigeravam a terra e faziam que os campos produzissem com abundância – eram atribuídos ao favor de Baal e Astarote, em vez de ao Doador de toda boa dádiva e todo dom perfeito. O povo esqueceu-se de que montes e vales, rios e fontes, estão nas mãos do Deus vivo; que Ele controlava o Sol, as nuvens do céu e todos os poderes da Natureza.
Por intermédio de fiéis mensageiros, o Senhor enviou repetidas advertências ao rei apóstata e ao povo; mas vãs foram essas palavras de reprovação. Em vão os inspirados mensageiros sustentaram o direito de ser Jeová o único Deus em Israel; em vão exaltaram as leis que Ele lhes havia confiado.
Seduzidos pela suntuosa exibição e os fascinantes ritos da idolatria, o povo seguia o exemplo do rei Acabe e sua corte, e se entregava aos intoxicantes e degradantes prazeres de um culto sensual. Em sua cega loucura, preferiram rejeitar a Deus e Seu culto. A luz que lhes fora tão graciosamente concedida tornara-se em trevas.
Nunca dantes o povo escolhido de Deus caíra tão baixo na apostasia. Havia “quatrocentos e cinquenta” “profetas de Baal”, além de “quatrocentos profetas de Asera” (1Rs 18:19). Nada menos que o milagroso poder operador de Deus poderia preservar a nação de destruição total. Voluntariamente, Israel havia-se separado de Jeová; todavia, o Senhor por compaixão ainda amava aqueles que haviam sido levados ao pecado, e estava prestes a enviar-lhes um de Seus mais poderosos profetas, Elias, por cujo intermédio poderiam ser levados de volta à fidelidade ao Deus de seus pais.
II. AS CAUSAS DA APOSTASIA
1. Casamento misto. O casamento misto é um instrumento poderosíssimo na mão do inimigo para retirar a identidade do povo de Deus, para impedir a sua continuidade. Os casamentos mistos foram o fator principal da apostasia religiosa de Israel. Salomão e Acabe são exemplos tristes desse fato.Acabe era um israelita, mas não se preocupou em obedecer a lei de Deus no tocante ao casamento, e casou com uma mulher maligna, Jezabel. Esta mulher era oriunda da cidade de Tiro onde seu pai fora “sumo sacerdote” e rei (1Rs 16:31). Ela adorava Baal (Baal significa “senhor” ou “marido”. Era um deus da tempestade, uma divindade dominante da religião Cananéia. Segundo os seus adoradores, ele era considerado providencial por enviar chuvas e fertilidade à terra, semeando a vida).
Provavelmente, Onri arranjou o casamento entre seu filho Acabe e Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios. Foi sem dúvida, um casamento que selou o acordo entre os dois países. Embora as implicações políticas tenham sido omitidas do registro bíblico, o programa religioso que Jezabel promoveu pode muito bem ter sido parte desse acordo.
Certamente, o casamento de Acabe foi realizado sob um profundo desrespeito às determinações de Deus contra tais casamentos mistos. A desconsideração de Onri e de Acabe ao mandamento divino levou a uma total rebelião contra os outros mandamentos. A fim de agradar a sua esposa idólatra, Acabe construiu um templo e um altar para o falso deus Baal (1Rs 16:32), que foi ocupado pelas centenas de sacerdotes de Jezabel (1Rs 18:19); promoveu deste modo a idolatria e levou toda a nação de Israel ao pecado. Ele construiu uma espécie de símbolo de Aserá, uma indicação de que o degradante culto à fertilidade estava instalado em Samaria. De certo modo, ele aparentemente tentou permanecer fiel a Deus (1Rs 21:27-29), mas a adoração a Baal era a sua verdadeira religião. Um casamento fora da vontade de Deus pode nos conduzir para longe dEle.
Não tenha dúvida, o casamento misto é uma declarada desobediência ao mandamento de Deus (Ml 2:11). Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento não encontramos amparo para o casamento misto. Ele não é a vontade de Deus para o Seu povo (Dt 7:3,4; 2Co 6:14-17).
2. Institucionalização da idolatria. Após a divisão do reino de Israel (945 a.C.) – em Judá (reino do sul) e Israel (reino do norte) -, Jeroboão é aclamado rei em Israel. Esse rei entendeu que seu povo poderia ir a Judá para adorar ao Deus único e verdadeiro, Jeová, e voltar-se contra ele e até o matar. O rei então, ergue altares de adoração em lugares importantes em Israel, constrói dois bezerros para que o povo adorasse, um em Dã e o outro em Betel (1Rs 12:26-31). Israel então mergulha na idolatria e se afasta do Senhor por meio de um rei mau que permaneceu por 22 anos no seu reinado. Outros reis vieram após Jeroboão e deram prosseguimento a idolatria em Israel. Um desses reis foi o ímpio Acabe. Ele surgiu pouco mais de 50 anos depois Jeroboão. Diz o texto sagrado que ele não só cometeu os pecados de Jeroboão, como também casou-se com Jezabel e instituiu o culto a Baal (1Rs 18:18), tornando essa adoração como religião oficial em Israel. Era como se o Deus de Israel passasse a ser Baal e não Jeová. Sua mulher por outro lado matava os profetas de Deus (1Rs 18:13).
O Senhor, porém, reage contra a idolatria de seu povo, e prediz grande seca em Israel, através de Elias (1Rs 17), numa época em que o povo vivia um dos piores momentos de sua história, um povo eleito que conhecia os grandes feitos do Senhor, mas estava mais uma vez entregue ao pecado da idolatria.
O que levava aquele povo a se afastar tão facilmente do Senhor e seguir a outros deuses? Por que a idolatria era tão fascinante aos israelitas?
a) Porque as nações ao redor de Israel criam que a adoração a vários deuses era superior à adoração a um único Deus, ou seja, quanto mais deuses melhor. O povo de Deus sofria influência dessas nações e constantemente as imitava, ao invés de obedecer ao mandamento de Deus no sentido de se manter santo e separado delas.
b) Porque os deuses das nações vizinhas a Israel não exigiam nenhum tipo de obediência a padrões morais, como o Deus de Israel. Por exemplo, muitas das religiões pagãs incluíam imoralidade sexual religiosa no seu culto, tendo para isso prostitutas cultuais. Essa prática sem dúvida atraia muitos israelitas. Deus, por sua vez, exigia padrões morais para o seu povo, vida de consagração, adoração com reverência.
c) Porque acreditavam que os deuses da fertilidade prometiam o nascimento de filhos; os deuses do tempo (sol, lua, chuva etc.) prometiam as condições apropriadas para colheitas abundantes e os deuses da guerra prometiam proteção dos inimigos e a vitória nas batalhas. A promessa de tais benefícios fascinava os israelitas; daí, muitos se dispunham a servir aos ídolos, ou seja, aos demônios(cf Dt 32:17).
A Bíblia deixa claro que por trás de toda idolatria, há demônios, que são seres sobrenaturais controlados pelo diabo. Tanto Moisés quanto o salmista associam os falsos deuses com demônios. Veja: “Sacrifícios ofereceram aos diabos, não a Deus; aos deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco, dos quais não se estremeceram seus pais“(Dt 32:17); “E serviram os seus ídolos, que vieram a ser-lhes um laço. Demais disto, sacrificaram seus filhos e suas filhas aos demônios” (Sl 106:36-37 ).
O grande pecado de Israel em toda a sua história, desde o Egito, foi a idolatria. Mas será que nós, como igreja de Deus, estamos isentos de tal abominação? Algumas vezes, talvez nos falte o entendimento e o discernimento espiritual das coisas espirituais. Satanás tem semeado no meio do povo de Deus, muitas vezes, de uma forma sutil e discreta o principio da idolatria. Há grande semelhança entre os dias de hoje e os dias de Elias. Entre os homens de hoje e os daquela época, ou entre a igreja de hoje e o povo de Israel, as atitudes dos homens quase sempre são as mesmas. Nossas fraquezas, necessidades e desejos, que nos levam ao pecado, são os mesmos.
Idolatria não é somente adorar a imagens de escultura, mas é tudo aquilo que toma o lugar de Deus em nossa vida; é aquilo que amamos, nos dedicamos, entregamos toda a nossa atenção, intenção e tempo, em detrimento da presença de Deus em nossa vida; é aquilo que rouba a nossa adoração e comunhão com Ele. Muitas vezes, o trabalho, a faculdade, prazeres, propósitos de vida, filhos, enfim, tudo isto é bênção do Senhor, mas não podem ocupar o lugar do Senhor em nossa vida, não podem roubar a nossa adoração e o nosso tempo com Deus. Ele precisa estar no centro, mas quando todos esses fatores de nossa vida estão cheios da nossa atenção, dedicação e tempo, de maneira que não há mais tempo para orar, não há mais tempo para adorar e relacionar-se com o Pai, e ouvir a sua voz através da sua Palavra – e o problema maior é que perdemos a sensibilidade espiritual e passamos a viver assim -, então há ídolos na nossa vida.
Para muitos a religião é um grande ídolo, ao invés de aproximá-lo de Deus o distancia. Seus conceitos e doutrinas tornam-se mais importantes que o próprio Deus, como aquelas religiões que Jesus condenou por não reconhecerem que ele era o Messias. Essa é uma situação que nos cega e nos leva a viver distante da vida que o Senhor tem para todos nós. Pense nisso!
III. OS AGENTES DA APOSTASIA
1. Acabe. Acabe foi o oitavo rei de Israel. Foi um líder e estrategista militar de grande capacidade. Todavia, foi o rei mais ímpio de Israel – “E fez Acabe, filho de Onri, o que era mal aos olhos do SENHOR, mais do que todos os que foram antes dele. E sucedeu que (como se fora coisa leve andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate), ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi, e serviu a Baal, e se encurvou diante dele. E levantou um altar a Baal, na casa de Baal que edificara em Samaria. Também Acabe fez um bosque, de maneira que Acabe fez muito mais para irritar ao SENHOR, Deus de Israel, do que todos os reis de Israel que foram antes dele“(1Rs 16:30-33).Os reis de Israel e de Judá, tanto os bons como os maus, tiveram profetas enviados pelo Senhor para aconselhá-los, confrontá-los e ajudá-los. O rei Davi teve um amigo fiel, Natã, um homem de Deus. Acabe poderia ter tido em Elias um conselheiro. Mas enquanto o primeiro escutou Natã e estava disposto a se arrepender de seus pecados, o segundo viu Elias como seu inimigo. Por quê? Pelo fato de que Elias sempre lhe trazia más notícias, e ele se recusou a reconhecer que havia sido a sua própria desobediência constante a Deus e a persistente adoração aos ídolos, não as profecias de Elias, que trouxeram o mal à sua nação. Acabe culpou Elias por trazer profecias de juízo em vez de aceitar seu conselho e mudar seus maus caminhos.
Acabe não estava disposto a tomar atitudes corretas. Além do mais, era casado com uma mulher ímpia que o impeliu à adoração aos ídolos; era um homem infantil que se remoia por vários dias caso a sua vontade não fosse feita; aceitava os conselhos de sua esposa má, escutava somente os “profetas” que lhe davam boas notícias e cercava-se de pessoas que o encorajavam a fazer o que bem quisesse. Mas, o valor do conselho não pode ser julgado pelo número de pessoas a favor ou contra. Acabe constantemente escolheu seguir a opinião da maioria daqueles que o cercavam, e isto o levou à morte.
Pode parecer agradável ter alguém que nos encoraje a fazer qualquer coisa que quisermos, porque é difícil aceitar o conselho que é contrário aos nossos desejos. Porém, as nossas decisões devem ser baseadas na qualidade de conselho, não em sua atratividade ou na opinião da maioria de nossos companheiros. Deus nos encoraja a seguir as orientações de conselheiros sábios, mas como podemos testar o conselho que recebemos? A orientação que concorda com os princípios contidos na Palavra de Deus é confiável. Devemos sempre separar o conselho dos nossos próprios desejos, da opinião da maioria, ou de qualquer coisa que pareça melhor em nossa perspectiva limitada, e pesá-lo à luz dos mandamentos de Deus. Ele nunca nos levará a fazer o que proibiu em sua Palavra – mesmo em relação aos princípios. Diferentemente de Acabe, devemos confiar nos conselheiros retos e ter a coragem de nos posicionar contra aqueles que desejam que façamos o contrário. (fonte: Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal).
2. Jezabel. A história de Jezabel encontra-se em 1Reis 16:31 a 2Reis 9:37. Seu nome é usado como um sinônimo para a grande iniquidade em Apocalipse 2:20. Ela eliminou sistematicamente os representantes de Deus em Israel. Promoveu e patrocinou a adoração a Baal. Esposa de Acabe, ocupa o lugar de esposa mais ímpia na Bíblia. A Palavra de Deus até usa seu nome como um exemplo das pessoas que rejeitam completamente o Senhor (AP 2:20,21).
Muitas mulheres pagãs casaram-se em Israel sem reconhecer o Deus que seus maridos adoravam. Estas trouxeram consigo as suas religiões. Mas nenhuma foi tão determinada quanto Jezabel para fazer com que todo os Israel adorasse os seus deuses. Para o profeta Elias, ela parecia ter tido sucesso. Ele sentiu que era o único ainda fiel a Deus até que o Senhor lhe disse que ainda existiam sete mil que não haviam se apostatado da fé. Um “sucesso” notável de Jezabel foi contribuir para a causa da queda final de Israel – a idolatria. Deus castigou as dez tribos do norte por sua idolatria e fez com que fossem levadas para o exílio.
Jezabel detinha grande poder. Ela não só controlava seu marido, Acabe, mas tinha também 850 sacerdotes pagãos sob seu controle. Estava comprometida com o seus deuses e a conseguir o que desejava. Acreditava que o rei tinha o direito de possuir qualquer coisa que quisesse. Quando Nabote se recusou a vender a sua vinha a Acabe, Jezabel cruelmente mandou matá-lo e tomou a posse da terra. O plano dela para eliminar a adoração a Deus em Israel levou a dolorosas consequências. Antes de morrer, sofreu a perda de seu marido em combate e seu filho nas mãos de Jeú, que tomou o trono à força. Ela faleceu da mesma maneira hostil e desdenhosa como viveu.
Quando vemos Jezabel e Elias, precisamos admirar a força do comprometimento de cada um. A grande diferença era com quem estavam comprometidos. Ela, consigo mesma e com seus falsos deuses; ele, com o único Deus verdadeiro. No final, o Senhor provou que Elias estava certo.
Com o que ou com quem você está mais comprometido? Como Deus avaliaria o seu comportamento? (fonte: Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal).
IV. AS CONSEQUENCIAS DA APOSTASIA
1. A perda da identidade nacional e espiritual. A identidade dessa nação como povo escolhido é algo bem definido nas Escrituras Sagradas. Desde a sua criação como nação eleita, Israel foi identificado como povo de Deus (Ex 19:5). Todavia, nos dias do rei Acabe Israel teve sua identidade nacional e espiritual ameaçada. A idolatria era a causa principal. A idolatria é infidelidade a Deus. É rompimento da aliança. É quebra dos votos de fidelidade. É uma torpeza.O povo da aliança havia abandonado o Deus vivo, criador, provedor e redentor, para se curvar diante dos ídolos pagãos. A nação de Israel era culpada de adorar aos deuses das nações pagãs a seu redor, especialmente o deus cananeu da chuva, Baal. Sempre que havia uma seca ou fome, em vez de se voltarem para o Senhor, os israelitas buscavam a ajuda de Baal (1Rs 18:19). A adoração pagã envolvia ritos sensuais de fertilidade, e para isso havia prostitutos cultuais de ambos os sexos.
A idolatria era sinônimo de prostituição tanto no sentido literal quanto no simbólico. Israel havia rompido sua aliança com Deus, quebrara seus votos de fidelidade, indo após outros deuses e se prostituindo com eles.
A idolatria de Israel era como a infidelidade conjugal. O “adultério” rompeu o laço de “casamento” de Israel com o Senhor e impossibilitou uma comunhão mútua. A idolatria anuída e supervisionada pelo casal real, Acabe e Jezabel, quase levou Israel à perda de usa identidade nacional e espiritual. Mas, Deus tinha preservado um remanescente fiel. Elias quando achava que somente ele havia permanecido fiel a Deus, foi surpreendido com a notícia de que ainda havia sete mil que não haviam dobrado seus joelhos a Baal (1Rs 19:14,18).
2. O julgamento divino. Uma religião que se desvia da verdade não agrada a Deus, ao contrário, está sob Seu juízo.
Deus ama o seu povo. Ele não desejava que Isael perdesse sua identidade espiritual e nacional. Desta feita, manda o seu profeta, Elias, para confrontar a família real idólatra e os seus seguidores. Neste contexto de degradação moral e espiritual, Elias foi o profeta extremamente necessário para o conflito entre a verdadeira religião, com seus padrões de uma vida virtuosa, e o culto a Baal com sua ênfase na devassidão. A época do profeta Elias exigia não só um grande espírito de coragem e ousadia como também de realizações maiúsculas. Deus manifestou o seu supremo poder e juízo através deste profeta em acontecimentos milagrosos que ocorreram um após o outro, a fim de derrotar as forças de Baal e de Aserá. Esse relato no faz lembrar a forma como o Senhor revelou o seu supremo poder nas pragas contra o Faraó e os deuses do Egito na época de Moisés.
Elias, na qualidade de mensageiro de Deus, pronunciou uma palavra de juízo da parte do Senhor contra a nação rebelde de Israel. Deus ia reter a chuva durante três anos e meio (cf 1Rs 17:1; Tg 5:17). Esse juízo humilhava Baal, pois seus adoradores criam que ele controlava a chuva e que era responsável pela abundancia nas colheitas.
O anúncio da seca deu início ao conflito entre Deus e Baal, que atingiu o seu clímax no Monte Carmelo. Assim que a batalha foi consolidada, Elias recebeu ordens do Senhor para se isolar no deserto durante o período da seca, e Deus milagrosamente proveu seu alimento através dos meios mais improváveis.
CONCLUSÃO
O caminho da apostasia é resultado da multiplicação da iniquidade (Mt 24:12). Em períodos de crise espiritual, onde a maldade se dissemina com muito maior facilidade, é maior o perigo da apostasia, em especial, num mundo como o de nossos dias, onde o desenvolvimento tecnológico permite a ampla divulgação, em tempo real, de toda e qualquer informação, ideia ou pensamento. Os dias finais da dispensação da graça são dias em que haverá multiplicação da ciência (Dn 12:4), mas a ciência será, quase sempre, dirigida para o aumento do pecado e da maldade entre os homens. Diante de uma atitude desta, muitos sofrerão grandemente por se manterem fiéis à Palavra de Deus, sendo considerados retrógrados, atrasados e, não raras vezes, mantidos sob severa censura, reprovação e incompreensão por parte dos homens. Muitos não suportarão esta pressão e serão levados a tomar a forma do mundo, a aceitar viver de acordo com os princípios depravados hoje vigentes e seguidos pelos ímpios, o que fará com que se inicie o caminho rumo à apostasia. Estejamos, pois, alertas! Devemos sempre estar firmes na Palavra do Senhor e não cedermos um milímetro sequer do que nos mandam as Escrituras Sagradas.| Autor: Luciano Santos | Divulgação: EstudosGospel.Com.BR |