Qual o Segredo da Ceia?

I Coríntios 10:16


Introdução:

Como uma criança curiosa, o visitante que assiste a um culto pela primeira vez fica imaginando qual será o significado do pão e do vinho partilhado pela igreja. Se fosse oferecido a ele uma explicação talvez dissessem que é um memorial da morte de Jesus, também lhe diriam, nas palavras de I Coríntios 11:26, “que a igreja está anunciando a morte do Senhor até que ele venha”, ou ainda poderíamos explicar que se trata da comunhão dos crentes. Quando explicamos a uma pessoa sobre a comunhão quando nos referimos a ceia damos informações sobre a união dos crentes para terem comunhão com os irmãos em Cristo através da qual a igreja se torna mais unida. O Apóstolo Paulo se referiu a ceia como comunhão numa ocasião em que a ceia havia se transformado numa confusão (I Coríntios 10:16). Nesse estudo procuraremos olhar mais de perto o problema ocorrido em Corinto a fim de compreendermos melhor o que a ceia significava para Paulo.

I – DESPREZANDO OS IRMÃOS

O apóstolo Paulo entendia que os irmãos de Corinto haviam se esquecido do fato de que a ceia do Senhor representava uma comunhão. O grande problema deles não era o fato de se recusarem a levar a ceia do Senhor a sério, pois eles não a tomavam levianamente. A repreensão de Paulo aos Cristãos de Corinto sugere que o problema deles resultara de um mal entendido quanto ao significado da ceia do Senhor. O fato foi que um sistema de grupinhos e facções começou a surgir sempre que a igreja se reunia (I Corintos 11:17). Quando essa igreja se reunia surgiam divisões (schismata) e essas divisões ameaçava a vida da igreja e a arruinar a ceia do Senhor. A congregação de Corinto, em lugar de se mostrar como um grupo de irmãos e irmãs adorando a Deus, apresentava um quadro vergonhoso de divisão social conforme entendemos as palavra de Paulo “Ou menosprezais a igreja de Deus, e envergonhai os que nada tem” (I Coríntios 11:22)? A ceia do Senhor representa mais do que uma comunhão vertical com Deus. Ela dá também ocasião para que os irmãos se lembrem do relacionamento fraterno com seus irmãos e irmãs.

II – ESTE É O MEU CORPO

Na leitura da primeira carta de Paulo aos Coríntios percebemos que a desordem daquela igreja deu lugar ao ensinamento sobre a ceia do Senhor. Em I CO 11:23-26 somos lembrados da origem da ceia. O relacionamento exclusivista de cada crente da igreja de Corinto com Deus representava para Paulo uma deturpação das palavras de Jesus: “Este é o meu corpo, e este é o meu sangue”. Essas frases de Jesus nos traz a memória o real significado da ceia do Senhor. No batismo passamos a participar do destino de Jesus (Rm 6:5), na ceia nos tornamos amigos íntimos de Jesus. Na Ceia Jesus se faz presente com a igreja, esse momento de comunhão é mais do que um momento com o Senhor morto, mas um momento com aquele que ressuscitou, vive e continua presente na igreja.

III – DISCERNIMENTO DO CORPO

Paulo nos lembra que a falta de amor era o pecado especifico da igreja de Corinto, quando Paulo fala com eles sobre comer indignamente refere-se a um comportamento sem amor que se tornou um obstáculo a fraternidade daquela igreja (I CO 11:27). Segundo Paulo quando não discernimos o corpo desconsideramos a comunidade de Jesus, o corpo do Senhor. Discernir o corpo é saber que estamos unidos no corpo de Cristo e que somos responsáveis uns pelos outros em amor, conforme diz as escrituras: “se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam” (I CO 12:26). Na comunhão nos unimos, não como membros isolados, mas como partes do corpo de Cristo.

Conclusão: Oxalá a igreja do Senhor aprenda a lição proclamada por Paulo à igreja de Corinto, pois tanto a morte de Cristo como a Ceia do Senhor tem um poder bastante forte para nos fazer superar as barreiras e divisões naturais de classe e raça. A Ceia nos lembra que a parede da inimizade tanto entre Deus e os homens , tanto quanto entre os homens fora derrubada, surgindo em seu lugar uma comunidade criada por Jesus. Diante da Ceia do Senhor, tanto Escravos e Senhores, Judeus e Gentios, transformam-se em companheiros partilhando de uma salvação comum. A comunhão da Ceia do Senhor é uma demonstração do poder do Evangelho que nos une.

| Autor: Pr. Natanael Ribeiro | Divulgação: estudosgospel.Com.BR |