World Trade Center

 
Onze de setembro de 2001 constitui o símbolo do terrorismo mundial que colocou de joelhos a nação mais poderosa do planeta. Agora, sete de julho de 2005 marca uma nova data. Desta vez, a Inglaterra se dobra diante dessa cruel realidade. Entre uma data e outra, diversas tragédias se sucederam; centenas de vitimais fatais, milhares de feridos. Esse é o quadro em miniatura da grave situação.
 
Embora lamentemos profundamente as perdas de vida, é muito desgastante e danoso o medo que se instala nas nações atingidas, e, por óbvias razões, em outros países envolvidos. Através do temor de novos ataques, a ação terrorista se perpetua. Passam a viver uma paz mutilada. E onde há medo, não há verdadeira paz. Além disso, os governos gastam bilhões de dólares – montante que ninguém consegue calcular, tão grande a soma de recursos alocados para garantir um mínimo de segurança.
 
Os governantes dos países mais ricos do mundo, além de atônitos, estão perdendo a batalha. Ganharão a guerra? A pior guerra é contra inimigos invisíveis que se movem na sombra, no oculto. Uma guerra em que uma das partes, embora não possua o mesmo poder bélico da outra, age com a estratégia da surpresa. É possível erradicar de vez o terrorismo? Entendo que não. Assim como a corrupção, os ataques terroristas continuarão, ainda que matem Osama Bin Laden. As ações beligerantes já criaram células que se movem e agem de forma quase independente, sob outras lideranças.
 
Todavia, a crueldade desses atos é quase nada diante do terror produzido pelo maior dos terroristas, que está agindo através dessas organizações. Ele é poderoso, inteligente, mentiroso, ladrão, exterminador e astuto. A sua especialidade é agir através dos outros, ocultando sua face e personalidade. Ele precisa de corpos, de pessoas para agir de forma mais efetiva. O mais perigoso inimigo é aquele que se não vê. Apesar disso, enfrentei-o cara a cara, olhos nos olhos, apenas com as armas de nossa milícia, poderosas em Cristo.
 
Ele estava tentando destruir a vida de um jovem de dezoito anos, a quem emprestou uma força descomunal. Quatro pessoas o seguravam no fundo de uma rede. “Soltem o rapaz”, recomendei. Não entenderam. “Soltem o rapaz”, repeti. Os covardes e medrosos não acompanharão Gideão na marcha contra os midianitas. O rapaz levantou-se de um pulo, como um leão ferido. Com rapidez felina, bateu forte no peito de um homem ali presente. Formamos um círculo ao redor dele. Mansamente, ele olhava nos olhos de cada um, com passos e gestos lentos. Eu sabia que meu momento estava por chegar, mas me achava revestido de toda a armadura de Deus. Além da armadura, eu dispunha de um petardo de origem divina, uma bomba de efeito devastador. Estava ali como beneficiário de uma procuração que me outorgava poderes sobre esse grande terrorista.
 
Finalmente, ele resolveu me encarar; eu o encarei mais ainda. Lembro-me muito bem daqueles olhos avermelhados como que em transe e do seu sorriso enigmático; um sorriso leve, de lábios entreabertos. Estávamos a um metro de distância. Confesso que tremi um pouco; recuar, jamais. Os midianitas precisam ser derrotados. Quem está à frente do batalhão é o General que nunca perdeu batalha; o Leão da Tribo de Judá.
 
Antes do desfecho, devo dizer mais uma vez que o Maligno é o maior e mais cruel dos terroristas. Não podemos subestimar seus poderes e astúcia. Ele não está brincando de esconde-esconde. Bota pra quebrar mesmo. “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar, ao qual resisti firmes...”. Ele joga “dardos inflamados” e prepara armadilhas contra os desavisados, tal como fazem os caçadores ao armar arapucas na densa mata. As nações atingidas pelo terrorismo, antes de armar seus canhões, precisam se revestir da armadura de Deus, da pregação do Evangelho e da fé. Por trás de cada terrorista está a figura do Maligno: “Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio...”. Portanto, o diabo é o exterminador por excelência; deseja nos roubar a paz; destruir a instituição do casamento entre homem e mulher; difundir a prostituição, aumentar a violência, minar a fé dos filhos de Deus.
 
Ele não ousou tocar-me. Ficamos assim, olhos nos olhos, por alguns segundos. Então, lancei meu primeiro petardo: “Fique de joelhos, em nome de Jesus”. Ele hesitou, mas começou a ficar ofuscado pela Luz que através de mim emanava. Evitou o quanto pôde esse confronto. Uma hora antes, impedira o jovem de entrar no templo, onde estávamos louvando e engrandecendo o nome do Senhor. Joguei mais uma bomba; ele cedeu. Caiu de joelhos aos pés do filho de Deus. A pedrinha de Davi havia acertado mortalmente o que afrontava o povo de Deus. Acionei o poderosíssimo canhão: “Em nome de Jesus Cristo, saia”.
 
Autor: Pr. Airton Evangelista da Costa